O Brasil deve colher pouco mais de 81 milhões de toneladas de soja na safra agrícola 2012/2013, que começará a ser plantada no mês que vem para colheita no início do próximo ano. Será um acréscimo de 23% em relação às 65,5 milhões de toneladas da safra anterior, impulsionado pela alta de mais de 100% do preço do grão. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entretanto, adverte que os preços não devem se manter.

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A alta da soja no mercado mundial é provocada pela seca no meio-oeste norte-americano, de acordo com o vice-presidente de Finanças da CNA, José Mário Schreiner. Ele adverte, porém, que”é preciso muita cautela” na hora de dimensionar o aumento da área a ser plantada para aproveitar o bom momento de preços internacionais do grão, uma vez que a tendência é de recuperação da produção dos Estados Unidos.

O dirigente da CNA alerta que a elevação de preços em decorrência da quebra de safra norte-americana já aconteceu e pode até se sustentar até a próxima colheita brasileira. No entanto, como a safra nacional deverá ser bastante expressiva, poderá ajudar a baixar os preços por conta da maior oferta do produto, que também deverá ser ampliada pala colheita na Argentina, terceiro maior produtor mundial.

A alta dos preços de commodities agrícolas – além da soja o milho também está com preços elevados – já fortaleceu a carteira de encomendas externas de fertilizantes e pressionou um pouco os preços de alimentos agropecuários no mercado interno, com repercussão no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A elevação dos preços de soja e milho, muito utilizados na ração de animais e aves, aumentou os custos de produção de suínos e frangos em mais de 30%, depois da seca no meio-oeste dos EUA.

A pressão inflacionária, no caso brasileiro, só não é maior porque nossa produção de soja e de milho garante o abastecimento interno e ainda sobra para exportações, segundo Schreiner. O país, entretanto, sempre sofre influências do Exterior porque a produção de etanol de milho, nos EUA, tem sido o principal fator de formação de preços do milho, da soja e do trigo.

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