Você já deve ter ouvido falar do Clubhouse, né? A nova rede social tomou o mundo e o Brasil e, embora tenha sido lançada em março de 2020 (já tem quase um ano), explodiu depois que o “Tony Stark” da vida real, Elon Musk, usou a plataforma para entrevistar o CEO da plataforma de investimentos Robinhood. No Brasil ainda temos poucos números, mas o crescimento é estimado em 600% apenas nos últimos 30 dias.

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Mas, afinal, o que é o Clubhouse? Bom, é uma rede social de áudio. Os usuários seguem uns aos outros e o algoritmo recomenda salas, onde é possível ouvir as conversas, interagir ou mesmo moderar. Como um grande “TED” ou uma palestra, com mais interação, claro. Não há likes, comentários ou “métricas” de vaidade. Aliás, o sucesso ali é medido pelo número de pessoas nas salas.

O problema? O Clubhouse é, por ora, um… clube. Um “clubinho”, restrito e fechado a quem tem iPhones/iPads E tem convites. Aliás, os convites chegam a ser vendidos no mercado paralelo por até R$ 300.

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Meu pai está fora do Clubhouse

Bom, sim. Meu pai está automaticamente fora do Clubhouse. Não por ser avesso à tecnologia, pelo contrário. Meu herói é adepto do WhatsApp, usa conscientemente redes sociais, e-mails, navega com propriedade mas… ele é surdo. 

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Assim como outras 500 mil pessoas no mundo (também conhecido como meio bilhão), ele não escuta. Logo, a rede é naturalmente fechada para ele. Ah, e ele também usa Android – não tem nem nunca teve iPhone.

Android x iPhone

Aliás, sobre isso, a polêmica: trata-se de um buzz do Clubhouse, para se manter restrito a um público com altíssimo poder aquisitivo (donos de iPhone e iPad) ou uma limitação técnica? Conversei com alguns executivos de grandes fabricantes de Android (e todos, claro, pediram sigilo) para entender como eles recebem essa exclusão. “É ridículo, né? Em 2021, excluir 9 em 10 usuários de celular no Brasil é uma antijogada”, revela uma executiva. 

Já outro representante da indústria mostra preocupação com o rótulo de “celulares baratos” que pode pegar nos Androids. “Fabricamos celulares premium, aliás, celulares para todas as faixas de preço. E usuários de nossos aparelhos mais caros estão, certamente, entre o público-alvo do Clubhouse: empreendedores, influenciadores, tomadores de decisão”, lamenta.

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Como usar o Clubhouse
Veja como usar o Clubhouse (Foto: Arte NSC)

Reações no mercado

Diante do fenômeno Clubhouse, o gigante Facebook – que, aliás, não está morrendo – já anunciou: vai lançar seu clone em breve. A tática de Mark Zuckerberg nunca é só observar. Mesmo quando não dá certo, dá certo: os dados que o conglomerado Facebook angariam a cada experimento sempre valem a pena.

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Dicas para o Clubhouse

Venho usando a nova rede social há alguns dias, e estou muito surpreso com o alto nível das conversas. Mas já dá para perceber que tem muita gente vendendo “óleo de cobra”, como diz um colega da imprensa. O principal conselho é: não dê sua audiência para quem tem conteúdo duvidoso. Cheque o LinkedIn do “palestrante”. Há um case? Ele é referência? Se não, pule fora.

Sabia que dá para aplaudir no Clubhouse? Pois é. Ao fim de cada sala, apertar repetidas vezes seu microfone é uma forma de agradecer ao palestrante. Cuidado com seu nome: a rede só permite nomes reais – fakes, aqui, não rolam. E você só pode mudar seu nome duas vezes. Logo, cuidado. Nada de gravar: a plataforma avisa sempre que você liga o microfone. E, se bobear e insistir, acaba banido. Aqui, vale a regra de Vegas: o que acontece no Clubhouse, fica no Clubhouse.

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O networking, aqui, é fundamental. Troque, participe, interaja, coopere… E, sobretudo, avalie: ainda não há um jeito (legal) de fazer dinheiro no Clubhouse. Mas é só o começo. Marcas já estão por lá e os influenciadores já estão fazendo seus testes. Fique de olho. Se o Clubhouse já vale US$ 1 bilhão, certamente tem ali algumas dezenas de dólares para dividir com a gente, né?

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