A receita gerada na Série A dará uma guinada no Avaí e no Joinville em 2015 – Figueirense e Chapecoense subiram de patamar um ano antes. Somente com a cota de televisão já é possível mudar os status das contratações. A cota de aproximadamente R$ 2 milhões recebida na Segunda Divisão, na elite pode saltar para até R$ 20 milhões. Mesmo assim, equilibrar o orçamento é missão complicada.
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Empresários do ramo afirmam que a contratação de jogadores está mais difícil devido aos altos salários pagos pelos grandes times brasileiros, que têm orçamentos maiores. A cota de TV do Corinthians, por exemplo, é de aproximadamente R$ 170 milhões. Por isso, o clube consegue oferecer salários muito acima da média do futebol nacional.
Neste cenário, as categorias de base ganham ainda mais importância para equipes catarinenses e outros emergentes no futebol brasileiro. Este investimento permite que os clubes absorvam atletas para os times profissionais e ainda tenham lucro com a venda ou empréstimo de jogadores no fim das temporadas.
Anderson Lopes se tornou profissional no Avaí
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Foto: André Podiacki, BD, 15/09/2014
Santa Catarina é o berço de importantes jogadores. Na última Copa do Mundo, duas crias dos gramados do Estado fizeram parte do elenco brasileiro: Ramires (JEC) e Maicon (Criciúma). Há alguns anos as categorias de base dos clubes do Estado passam por reestruturação. Avaí, Criciúma, Chapecoense, Figueirense e Joinville ampliaram os investimentos.
Apesar das dificuldades financeiras, os resultados são satisfatórios. No ano passado, os Tigrinhos foram finalistas da Copa do Brasil sub-20. Em julho, o Figueira conquistou o título do mesmo torneio, mas na categoria sub-15.
Revelado pelo Figueira, Clayton foi peça importante do clube no Brasileiro

Foto: André Podiacki, BD, 14/08/2014
Revelar talentos é prioridade
Títulos são importantes, mas não são o foco das divisões inferiores dos clubes. O objetivo é revelar atletas rentáveis esportiva e financeiramente.
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O Figueirense soube usar bem os atletas da base nos últimos anos. Nesta temporada, alguns foram protagonistas como o atacante Clayton, o volante Dener e o meia Léo Lisboa.
– O Figueirense é uma equipe média financeiramente. Não conseguimos acompanhar outras equipes em salários e ajuda de custo. E ser um time que aproveita e dá oportunidades aos jovens da base também nos ajuda a trazer os garotos para cá. A Série A é outra vitrine – explica o gerente da base alvinegra, Rodrigo Nagel.
O fato de ter quatro clubes na Série A também projeta as categorias de base de Santa Catarina para todo o Brasil. Os times têm recebido convites para competições mais importantes como Copa São Paulo de Juniores, a Taça BH e a Copa do Brasil de base.
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– As categorias de base de Santa Catarina são muito equilibradas. Esse crescimento na verdade traz um olhar mais cuidadoso para o nosso trabalho, o que exige um profissionalismo ainda maior nosso – analisa Diogo Fernandes, coordenador da base do Avaí.
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Crescimento nacional impulsiona formação de jogadores profissionais
A Chapecoense é o clube catarinense que mais cresceu nas categorias de base nos últimos anos. O crescimento nacional da equipe que deixou a Série D para jogar na elite em menos de cinco anos fez o Verdão aumentar o investimento na base.
– A ascensão da equipe profissional exigiu que a base crescesse junto. Reformulamos as categorias de base e estamos investindo nos profissionais. Ainda temos dificuldades, por causa da nossa posição geográfica, em encontrar profissionais de nível, mas estamos crescendo – conta Miguel Ferreira, coordenador de base do Verdão.
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Fabiano é descoberta da Chapecoense

Foto: Sirli Freitas, BD, 08/08/2014
O JEC há um ano e meio fez uma reformulação no departamento de formação. Hoje o clube tem um centro de treinamento que pode alojar 140 atletas. E na próxima temporada já confirmou que sete jovens da base jogarão entre os profissionais.
– Crescemos muito nos últimos anos. Investimos em estrutura e melhores condições de trabalho como fisiologia e academia. Isso faz diferença e com o acesso à Série A ganhamos também uma maior vitrine – explica o diretor administrativo do clube,
Vilfred Schapitz.
O Criciúma é o único grande time de Santa Catarina fora da Série A do Brasileiro, o que pode propiciar mais oportunidades para os jogadores jovens. O Tigre fez uma reestruturação e deverá usar mais atletas da base na próxima temporada.
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– Independentemente de estarmos na Série A ou B, procuramos qualificar ao máximo o nosso trabalho com o sub-20 e o sub-17. Agora vamos ter um número maior de atletas da base, pois obviamente na Série B há mais espaço. Mas mesmo neste ano tivemos muitos jogadores atuando no time principal – finaliza o coordenador de base do Tigre, Armando Desessards.
Fernando Viana se destaca no JEC desde que atuava no sub-20

Foto: Rodrigo Philipps, BD, 08/10/2014