A bola não rola nesta terça-feira no Estádio Hercílio Luz, em Itajaí, mas a cerca de 20 quilômetros dali o futuro do Marcílio Dias estará em jogo. A partir das 18h30min, começa na Federação Catarinense de Futebol (FCF), em Balneário Camboriú, o julgamento de três processos do Marinheiro contra Brusque, Concórdia e Hercílio Luz. O objetivo é retirar pontos dos rivais da Segundona, com base em denúncia de utilização irregular de atletas em jogos oficiais.

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A situação do Galo do Oeste é a mais delicada, podendo perder 32 pontos (os já conquistados e os 21 respectivos às sete partidas em que escalou um atleta irregular). Já o Hercílio Luz perderia 16 pontos, e o Brusque, seis.

Os três casos são bem parecidos e têm a ver com a idade dos jogadores. Segundo o artigo 27 do regulamento da competição, os atletas não profissionais não podem ultrapassar os 20 anos. A alegação do Marcílio é de que Brusque e Concórdia entraram em campo com jogadores acima de 20 anos. Já o Hercílio teria escalado como atleta profissional um garoto com menos de 16 anos, o que também é proibido pelo regulamento.

O que dizem os presidentes dos clubes denunciados

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Danilo Rezini – Brusque

“Estamos confiantes, otimistas e tranquilos da legalidade. Dois advogados vão fazer a nossa defesa. Vamos comprovar no tribunal que estamos dentro das regras. Quando se fala em idade superior a 20 anos e você procura a definição de idade, encontra múltiplo de anos. Portanto só tem 21 anos quando completa 21 anos. Esse é o nosso entendimento e temos toda a documentação possível para mostrar o embasamento. Ganhamos os pontos dentro de campo com muito suor e dedicação, foi uma conquista do Brusque e não vamos perder. Vamos até a última instância, se necessário, para garantir isso”.

Emerson Lorensetti – Concórdia

“Já estamos atentos e com advogados contratados para a defesa jurídica no tribunal. Os advogados estão trabalhando, mas em síntese, o principal é que estamos seguindo o regulamento. Achamos a denúncia do Marcílio Dias infundada. O regulamento dá margem para duas explicações. Em São Paulo, por exemplo, diz que a partir de completar 20 anos não pode mais jogar (o atleta não profissional). O nosso regulamento afirma que acima de 20 anos não pode jogar. Mas o que é acima de 20 anos? Se olhar no dicionário, diz que é a idade completa. Em cima disso vamos fazer a defesa. E se perder no tribunal estadual vamos recorrer até o superior”.

Alexandre Moraes – Hercílio Luz

“A gente já preparou a defesa contra essa denúncia. O que ocorre é que tínhamos nas categorias de base dois garotos com o nome Matheus dos Santos. Um deles, o Matheus Nunes dos Santos, tem só 15 anos e na hora de relacionar para o jogo, no código da CBF aparecia só Mateus dos Santos. Apareceu o código do atleta menor de idade, por engano. Essa defesa é simplesmente comprovar que quem jogou foi o outro Matheus. Temos testemunhas e provas disso. Não acredito em derrota por estar muito consolidada a nossa defesa, mas caso perdermos, vamos recorrer”.

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