Com a preocupação de evitar que a violência seja uma tônica dentro e fora dos estádios no Campeonato Catarinense 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC) lançou ontem uma campanha em prol da paz, em parceria com 11 instituições de Santa Catarina, entre elas Associação de Clubes, Federação Catarinense de Futebol (FCF) e Ministério Público.
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A campanha terá intervenções publicitárias em estádios, TV, sites e rádios que apresentam os mascotes dos times debilitados pela violência. A ideia é mostrar que os maiores prejudicados por atos violentos são os próprios clubes, que sofrem punições. O presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho, frisou que a ideia é mudar a mentalidade das pessoas em relação ao futebol.
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– Queremos trazer as famílias e as crianças de volta. Futebol é uma paixão nacional para ser curtida e não para gerar violência.
Cinco torcidas estão banidas
Em um âmbito prático, comparado ao Estadual do ano passado, a mudança mais aparente é a proibição de que cinco torcidas organizadas entrem em estádios com algum tipo de identificação. Gaviões Alvinegros do Figueirense, Mancha Azul do Avaí, União Tricolor do Joinville, Fúria Marcilista do Marcílio Dias e Torcida Jovem do Brusque não poderão usar nenhum símbolo ou nome da torcida, mas nada impede que os membros entrem nos estádios durante o Campeonato Catarinense 2015.
FCF, Ministério Público Estadual e Polícia Militar justificam que o impedimento da entrada das torcidas trajadas as enfraquece financeiramente. Mas tanto a Mancha Azul quanto a Gaviões Alvinegros continuam em peso nos jogos. Elas, inclusive, vendem material da torcida como camisetas alternativas e faixas com os dizerem conhecidos da organizada, o que não seria contra a recomendação dos órgãos.
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– Todos os nossos sócios são cadastrados e esse cadastro é atualizado anualmente. Para qualquer viagem temos um controle detalhado de quem está no ônibus. Fomos punidos por coisas antigas, que já pagamos. É injusto – diz um membro da diretoria da Gaviões, que pediu para não ser identificado.
A relação de passageiros de ônibus já era solicitada pela Polícia Militar e desde o início deste ano se tornou lei estadual. As empresas que fazem o transporte de torcidas de uma cidade para a outra são as responsáveis por encaminhar com antecedência para a PM e a Polícia Civil os dados dos passageiros.
Apesar das medidas, até o momento nenhum jogo é considerado de alto risco no Estadual, o que aumentaria a cobertura da PM, como em Avaí x JEC, pela 32a rodada da Série B do Brasileiro de 2014.
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O tenente-coronel da PM Márcio Cabral, presidente da comissão de vistoria dos estádios, afirma haver três elementos que determinam se uma partida terá um esquema especial da PM e escolta:
– Pesamos as rivalidades entre as torcidas, qual é o contexto do jogo e monitoramos as redes sociais para verificar se alguma briga está sendo combinada ou alguma provocação mais forte está em andamento.
JOGO DE RISCO: COMO SABER
1 – Se há rivalidade entre as torcidas dos times que se enfrentam
2 – Se haverão torcidas organizadas conhecidas por tumultos
3 – Monitoramento das redes sociais para averiguar brigas ou provocações em andamento
4 – Contexto momentâneo do jogo (se teve jogo de ida, disputa de título, algum acontecimento isolado no jogo anterior)
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5 – Lista de passageiros fornecida pelas empresas de ônibus pode determinar a necessidade de escolta pela quantidade