No dia 1 de junho, Ministério Público, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Federação Catarinense de Futebol e os quatro clubes de Santa Catarina na Série A se reunirão para discutir ações de paz e que acalmem os ânimos acirrados entre torcidas dos últimos tempos.

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A iniciativa foi tomada depois que foi instaurado uma investigação por incitação à violência por parte do jogador França, do Figueirense, e da torcida organizada do Avaí, Mancha Azul. Preocupado com o clima tenso, o poder público quer reagir ao que está acontecendo e pede o apoio dos dirigentes dos clubes.

– As diretorias têm a importância de orientar seus jogadores para atitudes dentro de campo – analisou a delegada Michele Alves Correa, que está investigando o caso.

Vítimas e acusados começam a depor

No dia seguinte a esta reunião, em 2 de junho, a delegada começará a ouvir vítimas e acusados do caso. Dos 11 vídeos – entre eles alguns com ameaças de morte ao atleta alvinegro – apenas dois não tiveram seus autores identificados.

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– A gente já identificou praticamente todos, só os que estão com máscaras que não – explicou Correa.

Confira a entrevista na íntegra com a delegada da Polícia Civil Michele Alves Correa.

Diário Catarinense – Como tem sido a investigação e a identificação das vítimas e acusados?

Michele Alves Correa – Nesses 11 vídeos infelizmente temos dois que não conseguimos identificar. As torcidas ajudaram a identificar as vítimas de agressão em um ônibus. A gente já identificou praticamente todos, só os que estão com máscaras que não. Os torcedores identificados nos vídeos serão ouvidos no dia 2 de junho.

DC – E a medida cautelar que a senhora iria pedir para o França não jogar o clássico?

Correa – Nós vamos sugerir ao clube que o França não jogue. Caso eles mantenham a decisão de colocar ele em campo a ideia é representar para o jogador e nem esses torcedores identificados aparecerem no estádio.

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DC – Haverá uma reunião para discutir uma estratégia de segurança para o clássico?

Correa – Teve confronto em dois jogos, um no Scarpelli e um na Ressacada. Dois jogos que não eram clássicos já teve confusão, então, imagina no clássico. Haverá uma reunião no dia 1 de junho para pensar como será o jogo. Da estratégia de segurança e o que os clubes podem fazer pela paz. As diretorias têm a importância de orientar seus jogadores para atitudes dentro de campo.

DC – Quem vai participar dessa reunião?

Correa – Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Militar, Avaí, Figueirense, Chapecoense, Joinville e o presidente da Federação Catarinense de Futebol (Delfim Pádua Peixoto Filho). Queremos a união de todos.

DC – As torcidas organizadas ajudaram na identificação dos participantes dos vídeos. Como tem sido a cooperação deles para a investigação?

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Correa – Cada torcida tem que ter o cadastro dos seus sócios. Endereço completo, foto e etc. O estatuto do torcedor obriga isso, porque eles são contribuintes. Eles me explicaram como funciona. Tem sócio que contribuiu mais e outros menos. Às vezes são mil no estádio, mas cadastrados são só 200. Isso tem que ser melhor fiscalizado.

DC – Alguma surpresa no caso até agora?

Correa – Está sendo uma boa experiência. O que me surpreendeu foi o fanatismo das pessoas. Há um fanatismo nas redes sociais e não entendem o perigo de um pai de família sair com o filho com a camisa e ser agredido no ônibus por causa desse clima que existe atualmente.