A presença de veteranos no futebol catarinense não é necessariamente uma novidade. Em 2005, Edmundo, o Animal, ressurgiu para o Brasil com a camisa do Figueirense, salvando o Alvinegro de um rebaixamento quase certo no Brasileiro. Mais recentemente, nomes consagrados como Marcelinho Paraíba, Aloísio, Ramon, Léo Moura, Sávio e Paulo Baier jogaram o Estadual, todos já perto da aposentadoria.
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O Campeonato Catarinense de 2017 não vai ser diferente, com as dez equipes buscando jogadores experientes para mesclar com a juventude dos atletas que acabaram de sair das categorias de base. Um dos mais experientes desse ano será um velho conhecido do torcedor catarinense. Aos 37 anos, Schwenck é a esperança de gol do Barroso, de Itajaí. Conhecedor dos atalhos que levam à rede, o carioca diz que as melhorias na preparação física permitem uma maior longevidade às carreiras. Como exemplo, ele cita o lateral Zé Roberto, que, aos 42 anos, teve papel de destaque no título brasileiro do Palmeiras no ano passado.
— Hoje em dia, você tem a necessidade de ter essa experiência dentro de campo. Um time só de meninos não dá liga. Os veteranos conseguem passar essa tranquilidade para os garotos mostrarem o seu futebol — diz Schwenck.
Para o preparador físico Guilherme Weiss Freccia, que também é professor da Udesc e da Univali, a longevidade da carreira de um jogador depende de vários fatores, desde o histórico de lesões até a vida levada fora dos gramados. Via de regra, no entanto, ele afirma que atletas de três posições tendem a jogar por mais tempo: goleiros, laterais e meias.
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Já atacantes e zagueiros costumam ter uma carreira mais curta. A explicação é a perda de força, que começa entre 25 e 30 anos de idade, em função da diminuição de secreções hormonais.
— Laterais e meias dependem mais da resistência cardio-pulmonar. Já atacantes e zagueiros necessitam mais da força para dar piques, por exemplo.
Em relação à preparação física de longo prazo, Freccia lembra que, no Brasil, essa preocupação teve início nos anos 1980 e hoje o país não perde muito em relação a outros países. O preparador também destaca a necessidade de os atletas terem uma vida regrada fora dos gramados para conseguir prolongar o tempo em campo.
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— Nos treinamentos, é colocada uma sobrecarga. Portanto, é necessário que o atleta descanse corretamente para que o corpo possa se recuperar devidamente. Quando isso é cortado, é como se o corpo estivesse lesionado e não se recuperasse a tempo para a próxima atividade — diz o profissional.
Quem são os veteranos do Estadual 2017:
Bill – Figueirense
Aos 32 anos, o atacante Bill foi a principal contratação do Figueirense para a temporada. Chega com a credencial de artilheiro da Série B de 2016, quando atuou pelo Ceará. No Figueira, busca manter a boa fase e brigar pelo acesso.
Marquinhos – Avaí
O maestro avaiano superou uma delicada cirurgia no joelho e voltou aos gramados no fim de 2016. Ajudou o Leão a conseguir o desejado o acesso. Com 35 anos, tem os objetivos traçados para o ano: vencer o Estadual e manter o Leão na elite.
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Luiz – Criciúma
Desde 2014 no clube, o goleiro de 33 anos luta para levar o Tigre de volta à elite do futebol nacional. Trabalhará ao lado de um elenco pouco renovado, mas conta com a simpatia do torcedor.
Lúcio Flávio – JEC
Veterano da bola, Lucio Flávio chegou ao JEC para atuar pela primeira vez por um clube do Estado. Com 38 anos, ditará o ritmo do time que busca um estadual depois de 16 anos e o retorno à Série B.
Wellington Paulista – Chapecoense
Wellington Paulista é outro atleta experiente que jogará pela primeira vez o Campeonato Catarinense, embora já tenha atuado pelo Criciúma em 2013. Aos 32 anos, será um dos pilares da Chapecoense, que busca se reconstruir depois da tragédia aérea na Colômbia.
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Rentería – Tubarão
Campeão da Libertadores com o Inter em 2006, o colombiano Rentería (31) busca renascer para o futebol no Atlético Tubarão. Contará com a organização do time liderado pelo técnico Mabília e terá o apoio da torcida.
Schwenck – Barroso
Velho conhecido do torcedor catarinense, Schwenck (37) é a aposta do Barroso em seu retorno à primeira divisão depois de 40 anos. Diz que ainda pode ser útil e lutará pela artilharia.
Rodolpho – Brusque
Aos 35 anos, o goleiro Rodolpho conhece o caminho do título catarinense. Foi campeão estadual em 2011 com a Chapecoense, onde ficou três anos. O novo desafio será uma boa campanha com o Brusque, campeão em 1992.
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Enercino – Inter de Lages
O meia Enercino chegou ao Inter de Lages com o peso de substituir Marcelinho Paraíba. Aos 29 anos, o também paraibano começou a temporada bem, marcando um gol contra o Figueira em jogo-treino.
Tripodi – Metropolitano
Esta é a terceira passagem do argentino Tripodi pelo Metropolitano. Com passagem por grandes clubes, como Boca Juniors e Santos, busca reencontrar o caminho das redes antes de completar 30 anos.