Com a classificação para a Libertadores e viagens já marcadas para Venezuela, Argentina e Uruguai, a Chapecoense vai ser o time catarinense que passará mais tempo em deslocamentos neste primeiro semestre. Somente com os 27 jogos já programados, o Verdão percorrerá quase 26 mil quilômetros pela América do Sul entre janeiro e maio, de acordo com estimativas feitas pela reportagem do DC. A distância é mais que o dobro em relação ao que percorrerá o segundo catarinense que mais vai pegar a estrada até o fim do Estadual.
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O Figueirense viajará ao menos 9.982 quilômetros. Em seguida neste ranking aparecem o Criciúma (9.334 km), o Joinville (8.956 km) e, por último, o Avaí (6.056 km). Neste cálculo, não estão inclusas eventuais classificações na Copa do Brasil, nem a disputa do Brasileirão.
Além do exercício de logística, as longas viagem exigem uma preparação diferenciada para evitar lesões nos atletas. Segundo o preparador físico do Avaí, Jaelson Ortiz, o excesso de jogos é um problema com o qual os clubes precisam lidar.
— Hoje, a nossa principal preocupação é com a recuperação dos atletas. As viagens são muito cansativas. Vivemos uma realidade de muitas horas dentro de ônibus ou avião e pouquíssimo treino. Esses deslocamentos afetam diretamente a performance – afirma.
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No caso da Chapecoense, um foco para evitar as lesões, após a realização dos exames médicos, será a criação de um plano individual de treinamento para cada atleta. Conforme o preparador físico Marcos Cézar, o Marquinhos, isso não significa que o jogador treinará separado, mas fará atividades que possam melhorar seu desempenho individual em uma época de muitas competições.
— Hoje, temos que pensar o futebol de maneira holística. Não dividimos mais o atleta na parte física e psicológica, por exemplo. É preciso olhar o todo. E todas essas áreas acabam contribuindo para evitar o desgaste em um ano de muitos jogos. A preparação física precisa estar bem alinhada com outras áreas, como nutrição, descanso e trabalho preventivo — diz.
Dentro dessa preparação, um fator é considerado fundamental para que o atleta possa ser o menos impactado possível: a logística de viagens. Para Ortiz, do Avaí, empecilhos precisam ser comumente superados para impedir uma queda de rendimento ou o surgimento de lesões.
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— A própria mudança nos hábitos alimentares de uma região para outra influencia. É preciso arranjar lugar para comer, para treinar. São muitos cuidados a serem tomados.