A dívida tributária dos clubes brasileiros chegou a R$ 2,7 bilhões depois de décadas de irresponsabilidade. Uma nova oportunidade de quitá-la tramita na Câmara dos Deputados, mas sua votação foi adiada para depois da eleição.

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Se aprovada, a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte parcelará a dívida em 25 anos e quem não estiver em dia com a União será punido até com o rebaixamento. Vai funcionar? Os clubes de Santa Catarina defendem o projeto, desde que as contrapartidas sejam cumpridas.

Alex Tomita

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Superintendente administrativo do Figueirense

“O projeto vem em bom momento para equalizar as contas dos clubes, que terão a oportunidade de renegociar dívidas tributárias carregadas há anos e que atrapalham o atual planejamento financeiro. Ao mesmo tempo que restringe o endividamento exacerbado, favorece o equilíbrio dos menores perante os maiores. Privilegia o esporte como um todo e resguarda a saúde financeira. Essa lei serve como ponto de partida dentre várias outras mudanças legais necessárias ao bom funcionamento do esporte.”

Nilton Macedo Machado

Presidente do Avaí

“Os clubes terão que se reorganizar financeiramente para cumprir com as contrapartidas dessa nova lei. Embora o Avaí já esteja em um processo de readequação, vai ser difícil dar continuidade à lei a não ser que acabem os salários altíssimos de jogadores. É preciso um período de carência, um período de adaptação de uns três anos para que os clubes possam se adequar às novas exigências da legislação brasileira, porque temos dívidas de muito tempo que estamos tentando solucionar.”

Nereu Martinelli

Presidente do Joinville

“Nossa dívida bancária está sendo paga rigorosamente em dia. Também estamos tentando entrar nesse benefício do governo federal que está para ser aprovado. A lei vai beneficiar todos os clubes. Sou favorável também às contrapartidas, mas é preciso que as diretorias façam uma gestão séria, planejada. Sou a favor inclusive de que quem faz contratações absurdas e depois não paga o que deve seja penalizado com a perda de pontos na competição e até mesmo a exclusão do campeonato. “

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Lédio D’altoé

Superintendente do Criciúma

“Desde que o Antenor Angeloni assumiu a presidência, em 2010, estamos trabalhando para quitar o que o clube tinha de dívidas. Hoje não temos dívidas tributárias. Angeloni tem essa preocupação e administra como se fosse a empresa dele. Aqui nos comprometemos em pagar as parcelas, pagamos os salários em dia, temos orçamento previsto e adequado. Para nós, a Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte não vai fazer tanta diferença, mas apoiamos porque vai salvar muitos times que estão precisando.”

Sandro Pallaoro

Presidente da Chapecoense

“Quando assumi a presidência tínhamos dívida do fundo de garantia, do INSS, e trabalhistas. Gastamos menos no orçamento do futebol para sanar essas dívidas. Sou a favor da nova Lei, mas ela precisa ser votada e cumprida. Mas os clubes endividados, a partir da lei, vão comprometer o orçamento em cima dessa dívida, que não vai ser anistiada, vai ser parcelada. Vão ter que parar de fazer loucuras, como assinar valores maiores para jogadores e não pagarem. Hoje é uma concorrência desleal.”