Um jovem que trabalha em um banco de Santa Catarina viralizou com uma postagem no TikTok em que ostenta os benefícios de ser “CLT premium”. O termo se refere a uma elite de profissionais contratados dentro do regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que recebem benefícios diferenciados. As informações são do g1.

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Esses benefícios incluem vale-refeição e alimentação com valores altos, bonificação referente aos lucros obtidos pela empresa, plano de saúde e academia de graça. Porém, não são direitos trabalhistas, como no caso do auxílio-transporte, férias, 13º salário e Fundo de Garantia (FGTS).

— Só com o vale-refeição, recebo o valor de quase dois salários mínimos. Também tenho direito a 14º e 15º salários — afirma Victor Paz, que trabalha como gerente de contas.

O vídeo de Victor sobre “CLT premium” é um dos mais famosos da trend. A gravação atingiu quase 4 milhões de visualizações.

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— O pessoal ainda está desacostumado e remete CLT a algo sofrido, que não dá frutos. Não é sempre assim, mas, para se ter um bom cargo, é preciso se aperfeiçoar — diz o jovem.

Prós e contras

Nos vídeos, os “CLT’s premium” ostentam os diferenciais que existem em suas empresas por meio de uma combinação de fotos em carrossel. Boa parte dos conteúdos é publicada por jovens da “Gen Z” — grupo formado por pessoas nascidas entre os anos de 1995 e 2010.

A trend se tornou uma manifestação dos jovens sobre o quão relevante é ter os esforços recompensados, o que pode estimular as empresas a oferecerem melhores condições, afirma o especialista em gestão de pessoas Victor Martinez.

Por outro lado, esse tipo de conteúdo pode não ser tão saudável. Segundo o especialista, a ostentação de privilégios elitiza uma categoria de profissionais e pode ocasionar um sentimento de inferioridade para quem não usufrui das mesmas condições de trabalho.

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Quem já participou, em contrapartida, defende que o viral tem ajudado as pessoas a enxergarem com mais otimismo os empregos assegurados pela CLT. Victor Paz afirma ter recebido pedidos de ajuda nos comentários da postagem e mensagens privadas.

— Tem quem mandou mensagem pedindo uma luz, enviou o currículo. Estou incentivando (…) vou fazer mais vídeos para explicar como funciona esses recrutamentos. As pessoas perdem oportunidades por falta de informação.

A falta de conhecimento sobre o mercado de trabalho também foi um diagnóstico obtido por Isabela, que recebeu uma série de dúvidas de outros usuários. Alguns deles, segundo a representante de desenvolvimento de negócios, não sabiam nem participar de recrutamentos através do LinkedIn.

— Minha geração pensa em benefícios, mas não busca informação. Por exemplo, poucos da minha idade tem um perfil ativo no LinkedIn (…) alguns, seja por conta do ambiente em que vive, nem sabiam que existia uma rede voltada ao trabalho — diz ele.

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