O vice-prefeito Jovino Cardoso está com os dois pés fora do PMDB. Ele estuda convites para filiação ao PR e ao DEM, de onde saiu há menos de um ano em busca de uma alternativa que projetasse a carreira política. Jovino ingressou no PMDB pelas mãos do engenheiro Paulo França e do advogado César Botelho, até então os homens fortes do diretório local. Tudo corria bem até a vertiginosa ascensão do professor João Natel. A concorrência interna, as divisões na convenção municipal e a interlocução direta entre Natel e a cúpula estadual mudaram o cenário.

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O professor recebeu carta branca para uma reforma na atuação do partido, o que colocou para escanteio as pretensões de curto e médio prazo do vice-prefeito. Sem perspectivas de futuro, Jovino bateu em retirada. No meio da semana ele teve uma longa reunião com o PR, mas interlocutores próximos dizem que as conversas estão mais adiantadas com o DEM, parceiro de primeira hora na eleição do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) e cuja fidelidade assegura um lugar privilegiado na campanha à reeleição.

A confirmação da desfiliação de Jovino Cardoso deixará o PMDB sem mandato no plano municipal. Antes dele saiu o vereador Beto Tribess. Paradoxalmente, o esvaziamento do diretório fortalece a executiva provisória e o professor João Natel, considerado o maestro da reestruturação com o afastamento da velha guarda do partido. Para fora, a atuação dele projeta a imagem de força e liderança. Natel é a “noiva” da eleição à prefeitura, cortejado pelo PSDB, PSD e PDT. O próprio PT, em algum momento, considerou a hipótese de uma aliança com o professor.

Leia mais informações do colunista Clóvis Reis

O vereador Robinho Soares (ex-PSD) é outro filho pródigo. Ele pode voltar ao PSD a qualquer momento. A escapada durou menos de duas semanas. A transferência para o PR não vingou e nenhum dos partidos grandes oferece ao vereador a estrutura de que desfrutava na antiga legenda. Apesar do constrangimento público, Robinho encara tudo com bom humor. Já o vereador Beto Tribess (ex-PMDB) continua sem rumo definido. Ele não vai para o PSB e a transferência para o DEM está suspensa com os movimentos do vice-prefeito Jovino Cardoso.

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Enquanto isso, o PT de Blumenau confirmou o dia 13 de abril como a data limite para que os pré-candidatos a prefeito formalizem para a executiva a pretensão eleitoral. Há três nomes no páreo: o vereador Jefferson Forest, que está em campanha, o professor Valmor Schiochet, que defende um projeto alternativo para o partido, e a deputada Ana Paula Lima, sempre lembrada por parte dos filiados. A crise nacional e as divergências internas impulsionam um projeto de “refundação” do diretório, cenário em que o nome de Schiochet se fortalece.