A prefeitura de Blumenau se precipitou ao implantar simultaneamente o novo sistema de transporte e as alterações no tráfego do Centro, duas medidas complexas numa área sensível para distintos extratos da sociedade. O caos da estreia compromete o balanço das iniciativas, cuja repercussão impactará a campanha eleitoral, seja em favor do governo ou da oposição. A administração deveria primeiro consolidar a substituição no serviço de ônibus e colher os frutos da decisão mais importante que tomou nos últimos meses para depois avançar nas mudanças viárias. Em médio prazo, ambas as realizações tendem a dar certo, mas o resultado de uma se sobreporá aos ganhos da outra. No afã de resolver tudo de uma vez só, a gestão queimou um cartucho importante para o palanque. O que poderiam ser duas soluções distintas para a mobilidade urbana virou um enorme desafio para o deslocamento entre a área central e a periferia. Quando tudo estiver de fato funcionando, as novidades vão competir entre si por espaço na memória da opinião pública.

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Balanço preliminar da arrecadação de janeiro aponta queda real na receita de Blumenau em comparação com o mesmo mês de 2015, o que agrava a crise financeira. A transferência do Fundo de Participação dos Municípios caiu (FPM) caiu 24,2%. O ICMS subiu 4,9% e o IPVA aumentou 6,4% – percentuais que não alcançam sequer a inflação de 11,3% do período. O PT de Blumenau marcha rachado para as eleições. A ala liderada pelos deputados Décio Lima e Ana Paula, que apoiou o PSDB no segundo turno da última eleição, defende coligação com o PSD. Outro grupo propõe uma chapa pura, encabeçada pelo vereador Jefferson Forest. Agora, uma terceira corrente, representada pelo vereador Vanderlei de Oliveira, postula uma espécie de refundação do diretório, idealizada na candidatura de um nome alheio à órbita da família Lima. O bloco sondou o professor Valmor Schiochet para a condução do projeto.

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O deputado Jean Kuhlmann (PSD) está fazendo contatos com líderes empresariais, sindicais e comunitários de Blumenau. Pede sugestões para o plano de governo, cuja tônica inicial se volta mais à forma de gestão que à proposta de realizações em si. Duas palavras se destacam na apresentação: planejamento e participação. O deputado diz que só abre mão da candidatura a prefeito em favor do secretário estadual de Saúde, João Paulo Kleinubing (PSD), e assegura que não considera outras alternativas.

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Números do último cadastramento biométrico serenaram a oposição de Blumenau. Faltam 30 mil eleitores, de 79 mil que ainda estão irregulares, para que o município mantenha dois turnos na próxima eleição para prefeito. A disputa em turno único obrigaria a formação de uma aliança com partidos sem histórico de coligação.