A discussão sobre os problemas no transporte coletivo de Blumenau denota uma desvinculação entre o teor dos debates, a reação dos protagonistas e as consequências de um desfecho traumático do processo. Entre os membros da comissão de intervenção, circula abertamente a hipótese de um rompimento no contrato de prestação dos serviços, caso as mudanças na gestão não viabilizem financeiramente o atual modelo de negócios. A alternativa produziria reflexos cuja extensão atingiria, além das atuais concessionárias, os trabalhadores e os usuários do sistema. Entretanto, no caso das empresas, parece que os administradores não se deram conta do risco que ronda o horizonte. A chegada de novos investidores significaria o encerramento das operações, com demissões em massa e graves restrições para o pagamento das dívidas trabalhistas. Ou todos os envolvidos contribuem para a solução da crise no setor, ou o pior estará na próxima parada.
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A maior reforma administrativa do governo Napoleão Bernardes (PSDB) ocorrerá em fins de março, devido à desincompatibilização dos candidatos a vereador. No âmbito do PSDB, a mudança alcançará a Secretaria de Educação, a Fundação Cultural, a Fundação de Desportos, o Procon e a Intendência do Garcia, cujos atuais titulares são suplentes na Câmara de Blumenau e participarão da disputa no ano que vem. Além disso, a lista de candidatos a vereador do PSDB pode incluir uma surpresa. Há pressões internas e externas para que o secretário da Fazenda, Alexandro Fernandes, participe do processo. O secretário nega e diz que a prioridade é a gestão, mas o nome dele circula em diferentes segmentos. Alexandro Fernandes é o braço direito do prefeito e participa das principais discussões administrativas e políticas do governo.
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O PMDB se incorporou em definitivo ao bloco governista na Câmara de Blumenau, formação que agrupa o PSDB, o DEM e o PP. A decisão é um sinal claro das negociações que encaminham a disputa das eleições para prefeito. Nas últimas semanas, o presidente estadual do PMDB, deputado Mauro Mariani, teve duas conversas reservadas com o prefeito Napoleão Bernardes (PSDB). A decisão do PMDB restringe a bancada independente basicamente ao PSD, PSB e PR, justamente os partidos cujos líderes estaduais ensaiam uma coligação própria para 2016.
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O Partido Novo de Blumenau, que será apresentado hoje, rejeita o rótulo de direita, insistindo na sua definição como uma agremiação liberal moderada. Entretanto, a linguagem interna e os slogans remetem ao jargão de seus opostos à esquerda. “Ninguém fala oficialmente pelo partido” e se menciona uma “política de crescimento orgânico a partir da conquista de apoiadores”. Seu mantra é o livre mercado, a redução de impostos e a ampliação das liberdades individuais. Na prática, o Partido Novo representa o avesso de legendas como o PSTU, o PSOL, o PC do B e do que um dia foi o PT.