O presidente da Câmara de Blumenau, Mário Hildebrandt (PSB), desistiu do rodízio no cargo na expectativa de que a permanência no posto pavimentasse definitivamente a sua indicação para uma vaga de candidato a vice-prefeito nas próximas eleições. O raciocínio se fundava na lógica de que a visibilidade da função ampliaria a exposição pública e neutralizaria a concorrência interna. Porém, o rompimento do acordo desatou uma crise cujos resultados produziram um efeito diametralmente oposto àquele inicialmente desejado. O vereador se isolou na relação com a bancada governista e a representação potencialmente de oposição. No lado da prefeitura, ninguém sai em defesa do aliado. No âmbito do ex-bloco PSD/PSB/PR/SD o desconforto é generalizado, com um sentimento de quebra de confiança. “O tiro saiu pela culatra”, resume um interlocutor próximo do presidente.

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O avanço da crise despertou uma artilharia pesada de fogo amigo, que combina o vazamento seletivo de informações com ações articuladas de desgaste administrativo. No episódio mais recente, Hildebrandt pediu que os vereadores informassem individualmente a necessidade de uso de veículos para a contratação de serviços terceirizados. Parte do plenário reagiu indignada, alegando que a decisão seria uma incumbência da Mesa Diretora, pelo forte potencial de repercussão negativa do negócio às vésperas da eleição. A resposta causou mal-estar de lado a lado. A iminente renúncia de Célio Dias (PR) do cargo de primeiro secretário seria o tiro de misericórdia para a separação das escovas de dente.

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O ex-secretário de Saúde e suplente de vereador Marcelo Lanzarin assumiu publicamente a condição de pré-candidato a prefeito pelo PR. O movimento atende uma orientação da direção estadual do partido e fortalece a articulação do bloco de oposição nas eleições de outubro. Nos próximos dias, o médico deflagra uma agenda de contatos com líderes empresariais, sindicais e partidários.

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O avanço do PDT sobre a bancada do PT de Santa Catarina mobiliza as principais lideranças do partido. O presidente Carlos Lupi e o senador Acir Gurgacz coordenam o movimento de filiações, que soma adesões no Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia, incluindo as recentes conversas com os senadores Paulo Paim e Walter Pinheiro. Em Brasília, se comenta que três deputados do Estado analisam proposta de transferência. O deputado Décio Lima nega de modo categórico a debandada em massa.

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O Samae é uma autarquia do município. Os funcionários entram no prédio da prefeitura sem burocracia. A Furb é uma autarquia do município. Os servidores precisam de um cadastramento prévio quando passam na catraca da portaria. Nem para os procedimentos mais elementares o governo reconhece a Universidade como um órgão da administração pública.