De tudo que ocorreu na recente eleição para prefeito de Blumenau, pouco se falou sobre a distribuição espacial dos votos entre as seções eleitorais do Centro e da periferia. O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) venceu em 23 das 29 regiões, numa vitória maiúscula, a mais expressiva proporcionalmente nos três municípios do Estado que tiveram a disputa em dois tempos. O resultado ganha transcendência num contexto em que o índice de reeleição no país foi o mais baixo da história. Apesar disso tudo, chama a atenção a geografia das urnas no segundo turno.
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No Centro, a vantagem de Napoleão foi de quase três votos contra um. O desempenho é emblemático. Por outro lado, reveste-se de simbolismo a constatação de que as seis zonas que preferiram a oposição se localizassem nos extremos do território, todas fazendo divisa com outros municípios. Há várias hipóteses para o resultado.
Em primeiro lugar, acredito que a pauta da oposição basicamente organizada em torno de assuntos como creche, ônibus e posto de saúde, tem alcance maior na periferia. O discurso não tem a mesma ressonância entre eleitores que habitualmente não usam tais serviços. O perfil popular do candidato a vice-prefeito acentuou essa tendência.
Em segundo lugar, porém mais importante, é a força do Centro na formação da opinião pública e na definição do resultado das eleições. A exemplo do que ocorreu há quatro anos, a preferência majoritária na região central se propagou para os bairros intermediários e se traduziu em liderança na corrida sucessória. Em outras palavras: em Blumenau, o candidato que saiu forte do Centro mais uma vez ganhou a eleição.
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O governo prepara um pacote de projetos que enviará à Câmara de Blumenau nas próximas semanas. Entre as medidas, está a suplementação orçamentária para o fechamento do ano. Em princípio, a reforma administrativa não será proposta agora, embora já estejam em andamento os desenhos iniciais da nova gestão. O grupo de trabalho que trata do assunto fez ontem a primeira reunião.
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Quanto ao salário para o futuro vice-prefeito, o governo definiu que a iniciativa caberá à base aliada. Um dos vereadores apresentará o projeto, promovendo adequações na legislação e criando obrigações administrativas para o vice, o que autorizaria o pagamento e na prática revogaria a legislação atual.
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A discussão sobre o pagamento de salário para o vice-prefeito tem como pano de fundo o papel do vereador Mário Hildebrandt (PSB) na futura gestão. Sem o subsídio, ele acumulará a função de secretário de Desenvolvimento Social. Com o pagamento, ele se dedicará integralmente ao núcleo de comando político e administrativo da administração.
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O deputado Décio Lima (PT) coordenou, ontem, reunião com representantes do PT, PDT e PCdoB de Santa Catarina. A iniciativa faz parte da mobilização nacional que tenta criar uma nova perspectiva de futuro para o PT, sem o que as possibilidades de sucesso eleitoral em 2018 são praticamente nulas em todos os níveis.