A lei que acabou com o salário do vice-prefeito a partir de 2017 será revogada. A base aliada define nos próximos dias a forma de encaminhamento da matéria. Coincidentemente, quem promulgou a lei há cinco meses foi o presidente da Câmara de Blumenau, Mário Hildebrandt (PSB), agora vice-prefeito eleito.

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LIMPANDO A ÁREA

A vinculação entre a escolha do novo colegiado da prefeitura e a eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Blumenau é uma manobra que dá enorme vantagem política ao prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) ante a necessidade de negociação com 12 partidos para a composição do futuro governo.

Em primeiro lugar, neutraliza a pressão por uma definição imediata. A escolha da nova Mesa Diretora será apenas em 1º de janeiro e até lá se adiam pelo menos publicamente as implicações de uma decisão no âmbito da gestão. Como o anúncio do primeiro escalão será um mês depois, o prefeito ganha um tempo precioso para a movimentação das peças do xadrez.

Em segundo lugar, a vinculação valoriza internamente a eleição entre os vereadores. Em geral, os prefeitos participam desse processo, mas não capitalizam os dividendos do esforço com a perspicácia de Napoleão. Em outras palavras, o recado é o seguinte: posições da Mesa Diretora entram na contabilidade da participação no governo, premissa que por si desobstrui o cenário para a nomeação dos secretários.

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Finalmente, a jogada da administração revela astúcia porque evita o melindre entre colaboradores atuais que não farão parte futura gestão. Em princípio ninguém sabe se sai ou continua na equipe.