PCdoB, PDT e PT adotam uma tática suicida ao concorrerem com chapa pura a eleição para prefeito de Blumenau. No campo majoritário, abdicam do protagonismo da disputa. No âmbito proporcional, renunciam a pelo menos uma vaga de vereador. Juntos, teriam potencial para três ou quatro cadeiras no plenário. Isolados, correm o risco do acesso a apenas duas vagas.
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Por trás da queda-de-braço dos partidos está a eleição para deputado em 2018. Arnaldo Zimmermann (PCdoB) e Ivan Naatz (PDT) não escondem que o projeto político de ambos é a Assembleia Legislativa, assim como os setores que hoje controlam o PT pretendem uma mudança na representação parlamentar no Estado. Entretanto, o projeto kamikaze dos três embute um risco elevado: o trio talvez saia desta eleição menor do que entrou, o que comprometeria seus projetos atuais e futuros.
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A equipe de comunicação e marketing do prefeiturável Jean Kuhlmann (PSD) adianta que o candidato adotará uma postura paz-e-amor no programa eleitoral. Sondagens internas indicariam os riscos do ataque direto à figura do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB). As críticas serão relacionadas ao legado da administração, para que num momento seguinte se estabeleça o vínculo entre a gestão e o gestor.
O programa de Jean Kuhlmann será conduzido pelo candidato a vice-prefeito, o comunicador Alexandre José (PRB). Os marqueteiros da campanha esperam que a popularidade do âncora neutralize a desenvoltura do prefeito Napoleão Bernardes diante das câmeras e microfones, aumentando em 50% o potencial de voto de Jean Kuhlmann. A equipe suspendeu o anúncio da chapa na cerimônia realizada ontem, para que a notícia não competisse com a informação de que o PMDB, o PTB e o PPS formalizaram apoio à candidatura governista, independentemente de participação na chapa majoritária.
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Assim que a executiva estadual do PMDB retirou a candidatura a prefeito em Blumenau, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira e o deputado estadual Valdir Cobalchini telefonaram para o prefeito Napoleão Bernardes, informando a decisão. A costura teve como artífice o senador Dalírio Beber (PSDB), que em troca ofereceu o apoio do PSDB à candidatura de Gean Loureiro (PMDB), em Florianópolis.
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O PT ainda não conseguiu compor a chapa de candidatos a vereador em Blumenau. Pela primeira vez depois de muitos anos, o partido não terá em campanha representantes de segmentos importantes, como educação, juventude e serviço público. De quebra, ainda pode ficar sem a vice mapeada para a chapa majoritária, porque a professora Sandra Pinheiro não se desincompatibilizou da diretoria do Sintraseb.
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A composição preliminar das alianças proporcionais indica a formação de sete coligações diferentes, o que significa – segundo o vereador Fábio Fiedler (PSD) – que todas que elegerem um vereador farão o segundo na sobra. Para ele, a renovação na Câmara de Blumenau não chegará a um terço das vagas, levando em consideração que três dos atuais representantes não serão candidatos – Célio Dias (PR), Ivan Naatz (PDT) e Mário Hildebrandt (PSB).