Impactada com o aumento dos casos de adulteração no mercado ilícito de veículos, a polícia catarinense mira esforços para identificar e prender quadrilhas especializadas nesse tipo de crime.

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clonagem de modelos, principalmente caminhonetes e carros com alto valor de mercado, está em pleno vapor em regiões como a Grande Florianópolis, onde há variedade de modalidade criminosa em atuação.

Uma delas é a oferta de carros pela internet com valores inferiores aos praticados por revendas. Um atrativo que pode representar prejuízo ao interessado, que acaba ludibriado por golpistas e também pode estar sujeito às penalidades legais.

Na garagem da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, há diversos carros modelo i30, da Hyundai, apreendidos em operações policiais.

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Uma das artimanhas dos criminosos é comprar carros acidentados com perda total. A partir disso, encomendam o furto de um veículo da mesma marca e modelo (de preferência da mesma cor).

O carro furtado então é levado para um galpão e desmanchado. As peças do veículo batido são colocadas no novo, que volta a ter condições de circular e é vendido com a documentação legal.

Em Santa Catarina, isso é feito com frequência em caminhonetes, diz o delegado da Divisão de Furtos e Roubos da Deic, Rodrigo Bortolini, que alerta:

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– Não há milagre, tem que desconfiar do preço abaixo ao de mercado. Eu aconselho ainda a evitar carro de outro Estado porque não se consegue facilmente ter acesso ao histórico.

Índice de recuperação de veículos é alto

Na clonagem há responsáveis por furtos, receptação, adulteração, venda, os que cuidam de placas, documentos e até notas falsas de peças para dificultar a fiscalização da polícia. Recentemente, desconfiadas de investigações, as quadrilhas passaram a colocar placas de cidades catarinenses ao invés de outros Estados, como era feito.

– Há um aumento expressivo de apreensões de veículos adulterados e as adulterações estão cada vez melhores. Percebemos também que muitas estão sendo feitas em carros mais luxuosos – relata o diretor da Deic, delegado Akira Sato.

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A Deic conta com um setor que trabalha com a adulteração de veículos, onde os policiais observam multas geradas, fazem análise de automóveis, analisam o histórico e as diversas origens de ilicitudes para descobrir esse tipo de delito.

Um fator positivo em meio aos furtos e roubos de veículos no Estado é o índice de recuperação pelas polícias Civil e Militar. Em maio foram levados 1.561 veículos e recuperados 1.041. Em abril, dos 1.337 levados, a polícia encontrou 860.

Cinco carros zero-quilômetro roubados de uma revenda da Hyundai, em São José, na Grande Florianópolis, no dia 11 deste mês, logo levaram a polícia a suspeitar de um destino: iriam para o mundo da clonagem de veículos.

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Até agora não se sabe se foi esse realmente o destino dos carros – quatro já foram localizados, após seren abandonados pelos criminosos e apenas um ainda não foi encontrado. A polícia evita dar novas entrevistas sobre o caso.

A linha de investigação sobre clonagem ainda não estaria descartada, pois há chance de os ladrões terem se livrado dos carros depois que perceberam que eles não haviam sido abastecidos nem com a quantidade mínima de cinco litros. Por isso, não conseguiram levá-los adiante e os abandonaram pela região.

Em Florianópolis, a polícia prendeu há 10 dias um casal no bairro Santa Mônica negociando um i30 clonado no estacionamento de um supermercado. O homem de 27 anos portava uma pistola calibre .22, documentos falsos e procuração para transferir o veículo. O carro clonado estava com anúncio de venda em um site de negócios.

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Os cuidados para evitar comprar um carro clonado:

A clonagem nem sempre pode ser detectada a olho nu. É recomendado fazer uma vistoria no Detran ou lugares credenciados e capacitados.

A simples conferência das características do veículo – como número do chassi, cor e ano com as escritas na documentação – não é garantia.

Não se deixe seduzir por desconto generoso, ele pode ser uma isca para atraí-lo.

Procure anotar o máximo de informações possíveis que ajudem a identificar o vendedor como algum endereço dele. Normalmente o golpista sempre reluta em recebê-lo na casa dele.

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Não dê nenhum dinheiro antecipado antes de ter certeza da lisura do negócio.

Tenha atenção redobrada com veículos oriundos de outros estados.

Na dúvida procure a polícia ou Detran.

Fonte: Polícia Civil.