O clima quente, úmido e chuvoso em Santa Catarina tem favorecido o surgimento e a “invasão” de um velho conhecido dos nativos de Florianópolis nas ruas, plantações e terrenos baldios do município: os caramujos africanos gigantes. Apesar de não serem venenosos, os animais são considerados uma das piores espécies invasoras do mundo, pois não possuem predadores e são responsáveis pela transmissão de vermes causadores de doenças graves e letais, como a meningite e a angiostrongilíase abdominal.

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Acostumados a se reproduzirem no calor, a presença desses caramujos africanos acendem um importante alerta para a Capital catarinense com a proximidade da temporada de verão: depois que o molusco morre, a concha pode acumular água e servir de criadouro para o mosquito Aedes Aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika.

Além de serem hospedeiros intermediários para os vermes e transmitirem as doenças através do contato humano com o muco do caracol, a espécie também apresenta alto risco à saúde caso ingerida. Apesar disso, Florianópolis não registra casos de hospitalização ligados ao caramujo desde 2005.

De acordo com o biólogo Osni Pereira, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da prefeitura de Florianópolis, setor responsável por monitorar e recolher esses animais ao menos uma vez por mês para conferir se estão contaminados, há uma explosão de casos da espécie por todas as regiões da Ilha de Santa Catarina.

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Caramujos vistos em SC podem transmitir doenças graves; saiba como eliminar os invasores

O CCZ disponibiliza um contato para dúvidas, denúncias e reclamações relacionados à zoonoses: (48) 3212-3902.

Veja imagens do caramujo africano

Confira orientações de como evitar a proliferação do animal

A Vigilância Sanitária e Ambiental de Florianópolis disponibiliza algumas orientações de como tentar controlar a proliferação dos caramujos africanos e o que fazer caso tenha contato com o animal.

Saiba como se prevenir da contaminação de doenças transmitidas por caramujos 

  • Os melhores horários para a coleta dos moluscos são pela manhã ou no fim da tarde. Deve-se fazer o manejo com as mãos protegidas por luvas ou sacos plásticos. Antes de jogar os caramujos no lixo comum, é preciso matá-los e desinfetá-los. Para isso, deve-se diluir uma colher de sopa de água sanitária em um balde com um litro de água.

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  • Os caramujos devem ser colocados em um saco plástico com furos e fechado na extremidade com um nó e imersos no balde por 24 horas. Após isso, escorrer a água na rede de esgoto sanitário e jogar os caramujos no lixo em outra sacola fechada.
  • Para queimar e macerar as conchas, deve-se colocá-las em um recipiente de metal ou de barro e atear fogo, com cuidado, para evitar acidentes. Após isso, quebrar as conchas e enterrá-las no solo para que não virem criadouro de mosquitos transmissores de outras doenças, como dengue, zika e chikungunya.
  • O sal não deve ser usado na eliminação dos caramujos africanos, pois não é capaz de matar seus ovos e causa salinização do solo, prejudicando plantas e gramados. Produtos químicos também não devem ser utilizados porque podem causar intoxicação humana ou de outros animais.

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