Enquanto os acordos são discutidos e os prazos revistos, o clima é de tensão entre os atingidos pela barragem e a empresa responsável pelas obras da Usina Garibaldi, em Abdon Batista, no Meio-Oeste catarinense. Pelo menos 150 famílias que tiveram terras e casas cobertas pelas águas permanecem em situação incerta e vivem em acampamento improvisado.
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Alegando injustiça e descaso, algumas pessoas invadiram o canteiro de obras da usina na semana passada e chegaram a depredar escritórios. O vandalismo seria para chamar atenção quanto à gravidade da situação, que se estende há dois anos e não tem data para um ponto final. Conforme Natalino Correia, vereador em São José do Cerrito e um dos líderes do movimento dos atingidos, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado em setembro e a maioria das cláusulas não foi cumprida pela Triunfo Rio Canoas, responsável pela usina, principalmente no que diz respeito às indenizações.
– As famílias estão acampadas em barracas, em uma comunidade próxima da usina, desde 13 de agosto, vivendo em condições precárias. Várias delas viviam da agricultura e hoje não conseguem tocar a vida e não há avanços nas negociações – reclama.
O procurador federal de Lages, Nazareno Wolff, disse que a situação é grave e pretende minimizar o clima de apreensão com acordo entre as partes. Cada caso será analisado individualmente a partir do dia 7. O prazo acordado anteriormente será revisto.
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Em nota, a Triunfo Rio Canoas lamentou as depredações, garantiu estar aberta a negociações e repudiou a ação dos vândalos.
A Polícia Civil de Abdon Batista está investigando os possíveis atos de vandalismo e deve abrir inquérito para apurar o caso.