LARANJA MECÂNICA – Um dos uniformes de treino da Chapecoense é cor de laranja. Logo lembrei da Seleção Holandesa, mas para o torcedor do Verdão sugiro evitar comparações. Por quê? Simples. Historicamente a Holanda teve grandes times que protagonizaram grandes fracassos. Em 74, com Cruyff e companhia, a laranja mecânica (ou carrossel holandês) foi a sensação da Copa da Alemanha. Superou Argentina e Brasil. Chegou como favorita à final, mas perdeu para a então Alemanha “Ocidental”. Em 78 foi a vez da Argentina conquistar o mundial em casa diante da Holanda. E no ano passado, na África do Sul, um gol de Iniesta deu o primeiro título mundial à Espanha, obrigando os holandeses a amargar pela terceira vez o vice-campeonato. Ou seja, para a Chapecoense é bom que o laranja fique restrito ao treino e a semelhança não passe do visual. Amanhã o torcedor não quer ver o Verdão “alaranjar”, muito menos “amarelar”.
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CARTILHA DA FINAL – As regras de conduta antes de uma decisão não estão escritas, mas todos os jogadores seguem a mesma cartilha. Falam em foco, respeito ao adversário, jogo decidido nos detalhes e blá blá blá. Tudo verdade, mas nenhuma novidade. Quando os profissionais do futebol estão cautelosos, só mesmo o torcedor é capaz de oferecer declarações inusitadas. Foi o que ouvi do engenheiro Maurício Bracher. Natural de Chapecó, ele virou avaiano quando morou em Florianópolis há quase 40 anos, quando a Chapecoense estava nascendo (fundada em 1973). “Vou torcer pela Chapecoense, porque é aqui que eu vivo e ganho a vida, mas se estou no estádio e o Avaí faz um gol vai que eu comemore. Meus amigos daqui iam ficar furiosos” brincou o avaiano, que decidiu fugir da decisão. Vai passar o fim de semana na capital.
CONTRASTE – Desde quarta-feira a cena se repete. Antes dos treinos da Chapecoense o que se vê é aquele ambiente natural de um grupo unido e vitorioso: brincadeiras no aquecimento, sorrisos. Mas a descontração termina quando começam as entrevistas. Ao falar do jogo e do adversário, os jogadores demonstram toda a seriedade do trabalho comandado por Mauro Ovelha.
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