Clientes denunciam casos de violência em bar de Joinville: “Senti que eu iria morrer”

Clientes estão acusando seguranças de uma casa noturna no Centro de Joinville de violência, incluindo socos, ameaças com arma de fogo e dente quebrado. O bar Concept House fica localizado na região central de Joinville. A reportagem do A Notícia ouviu a denúncia de três vítimas, que teriam sofrido as agressões e ameaças em maio, agosto e setembro deste ano. A situação repercutiu nas redes sociais nos últimos dias.

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O caso mais recente teria acontecido na última sexta-feira (15). A vítima é o filho de Rita*, de 23 anos. De acordo com ela, o familiar estava com amigos no local quando um deles estava discutindo com outras pessoas da casa e, de repente, um homem o ergueu pelo pescoço e aplicou socos quando o filho já estava no chão. 

Durante as agressões, Rita afirma que um segurança da casa passou a bater também no amigo do seu filho. 

— Se aproximou para ajudá-lo e o segurança deu um soco no amigo, podendo assim o homem continuar socando meu filho — ressalta. 

De acordo com ela, o familiar sofreu um corte no nariz, arranhões no pescoço, ficou com o olho roxo e não conseguiu se alimentar no dia seguinte. Além disso, a mulher pontua estar com medo do que pode acontecer com o garoto. 

Ricardo, também de 23 anos, conta que sofreu as agressões em maio. O jovem compartilha que na fila para entrar no estabelecimento um dos seguranças teria comentado sobre as regras do local, incluindo questões sobre fumar e beber. No fim da festa, por volta das 3h da manhã, ele e os amigos estavam saindo do local e alguns deles acenderam um cigarro. Em seguida, um dos profissionais teria iniciado os atos de violência.

— Eu não fumo, mesmo dizendo para o segurança que iria embora, ele me empurrou e me deu um soco na cara. Eu não parti para cima e continuei dizendo que iria embora. Me deu mais um soco e percebi que ele estava armado. Eu dei um golpe nele e o segurança tentou sacar a arma — explica. 

Além das violência física, Ricardo expõe que o segurança provocava dizendo frases como “vamos continuar na mão, pois era assim que você queria”. Durante a briga, ele voltou a sacar a arma e o jovem temeu perder a vida. 

— Fui correr, pisei errado na calçada e caí. Neste momento senti que eu iria morrer. Mas uma pessoa se aproximou, segurou ele e levou para dentro. Eu saí correndo e chamei a polícia — relembra. 

O rapaz comenta que machucou o ombro, ficou com dificuldades de mobilidade no braço esquerdo, teve o nariz ferido, braços e rosto inchados e um pedaço do dente quebrado. 

As duas vítimas confirmam que fizeram um boletim de ocorrência e que aguardam as investigações da polícia. 

“Como se fossem policiais”, diz jovem abordado por seguranças 

Apesar de não sofrer violência física, Felipe, de 25 anos, foi repreendido por seguranças da casa em agosto, quando nem estava no estabelecimento. 

Ele conta que estava dentro do carro com um amigo, em frente ao bar, fumando um cigarro de tabaco orgânico. Os seguranças do local foram até o veículo e abordaram a dupla.  

— Presumiram que estivéssemos fumando maconha. Como se fossem policiais. Justificando apenas que ‘não pegava bem para casa’ [fumar próximo do local] — explica. 

Para Felipe, a situação expõe falta de controle que os profissionais do bar têm para trabalhar nesta função. Após a abordagem, a dupla se sentiu ameaçada, mesmo sendo uma via pública, e foi embora do local. 

Bar diz que está investigando os casos 

Procurada pela reportagem do A Notícia, o Concept House diz que lamenta e se solidariza com os envolvidos no episódio, que está apurando os fatos e que os casos de violência aconteceram no lado externo da casa, na calçada da Rua Orestes Guimarães. 

Na nota, o bar ainda cita que “nossa maior preocupação é com a tranquilidade, bem-estar, segurança e diversão de nossos clientes e frequentadores”.

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