O deputado estadual Cleiton Salvaro, candidato à prefeitura de Criciúma pelo PSB, confirmou a desistência da corrida eleitoral na tarde desta quarta-feira. A nota oficial que informa a decisão foi emitida somente no final do dia (leia a íntegra no fim do texto), após Salvaro se reunir com o partido da vice, Tati Teixeira (PSD), e com membros da sua sigla em Criciúma.

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Por telefone, o deputado não quis informar os motivos que o levaram a desistir, mas confirmou que não estará mais na disputa pela prefeitura. Nos bastidores, comenta-se que um dos motivos para a saída de Cleiton foi a liberação na Justiça da candidatura do primo, Clésio Salvaro, que lidera as pesquisas para a prefeitura de Criciúma.

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O desempenho do candidato na última pesquisa de intenção de voto, realizada pelo Instituto de Pesquisa Catarinense, também pode ter pesado na decisão. Cleiton apareceu em terceiro lugar, o que pode ter sido fundamental para a retirada da coligação Paz para Criciúma do pleito.

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Além dos 26 vereadores que registraram candidatura dentro da coligação PSB – PSD, outros 23 candidatos de dez partidos menores também apoiam a dupla. Do ponto de vista jurídico, nada muda para os candidatos à Câmara, pois as candidaturas para majoritária e proporcional têm registros e homologação próprias,de acordo com a Lei das Eleições.

Com a desistência de Cleiton, ainda haveria a possibilidade de outro candidato substituí-lo, mas o prazo para encaminhar o pedido encerrou na última segunda-feira. De acordo com o membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB Criciúma, Luiz Henrique Baldessar Gava, a solicitação só pode ser feita no prazo máximo de 20 dias antes das eleições.

— Se ele tivesse renunciado antes do prazo, o partido poderia substituir naturalmente. Por ser após o período, não dá mais para usar esse artigo. Há exceção em caso de morte até as vésperas da eleição, mas para os demais casos, de renúncia ou pelo candidato estar inelegível, a lei determina esse prazo, inclusive para dar segurança jurídica para o eleitor — explicou Gava.

Leia abaixo a nota escrita para explicar a desistência

Senhores eleitores,

povo de Criciúma

Mantendo-me fiel à premissa que nos trouxe até aqui, da ¿Paz para Criciúma¿, e depois de profunda reflexão, tenho a expor o seguinte:

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Mediante a evolução do quadro jurídico e político que se põe à cidade de Criciúma, em consonância com a posição anunciada no início do processo eleitoral, de que não haveria divisão de forças que transcendesse as questões políticas e familiares, entendendo não ser saudável para a cidade e para a composição política apresentada, renuncio à condição de candidato a prefeito de Criciúma pela Coligação Paz Para Criciúma.

Esta decisão refere-se exclusivamente à candidatura majoritária, em nada afetando as coligações proporcionais, que tanto nos apoiaram e que continuaremos respaldando. Registre-se o respeito às siglas aliadas e em especial à candidata a vice-prefeita Tati Teixeira, de grande entrega e envolvimento ao projeto apresentado. Nossa estima às lideranças e população em geral, que tão bem acolheram nossa mensagem ao longo destas semanas de campanha.

Entendendo que seja percebida a grandeza de nosso gesto em favor da cidade de Criciúma, e do propósito que nos norteou até aqui, frisamos que esta é uma luta que não se esgota agora. Nossa busca incessante pela paz para a nossa cidade continua.

Obrigado, Criciúma.

Deputado Cleiton Salvaro