É bem-vinda a decisão do Perini Business Park e do Convention & Visitors Bureau de promover cursos rapidíssimos de qualificação para taxistas, em três palestras-almoço, em três sextas-feiras, às vésperas do Encontro Brasil-Alemanha.

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O que importa, no caso, é o que o fato sugere: temos carências básicas na cidade de Joinville quando o assunto é receptivo para turistas minimamente exigentes e viajados.

O fato, por si só, também demonstra que pouco se fez e se investiu, ao longo dos anos, de fato, estruturalmente em capacitação de pessoas para tornar a passagem dos visitantes mais atrativa. Esses profissionais do volante têm a missão diária de transportar passageiros pelos mais variados endereços e bairros.

Encontrá-los bilíngues, falando inglês ou espanhol, com alguma proficiência, já é pedir demais. Esta continua sendo a dificuldade mais óbvia percebida em diferentes ambientes de negócios, onde se interage com clientes e estranhos.

Daqui a 29 dias, mais de mil empresários brasileiros e alemães estarão na cidade para participar de rodadas de negócios e estreitar contatos em busca de parceiros para a criação ou expansão de empreendimentos. Chegam antecedidos pelo marketing de uma cidade bonita e industrialmente relevante, que somos. Os visitantes vão precisar de apoio e atenção.

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O compromisso de todos nós, residentes aqui, é fazer o máximo para que eles retornem a seus locais de origem desejando voltar. Vão levar de Joinville a impressão de como foram atendidos na chegada – e durante a sua estadia.

Desejamos revelar às lideranças empresariais, a nos visitar em breve, o nosso melhor, mas só agora donos de imóveis particulares, incentivados pela Prefeitura, reconstroem calçadas na rua 15 de Novembro, por onde os de fora vão desfilar e jantar na tradicional Harmonya-Lyra.

Quantos dos que trabalham com o público se interessaram em aprender língua estrangeira e são fluentes? Ainda dá tempo de se fazer um pouco mais do que o mínimo? Não. Agora, só o mínimo.

A exigência para guiar um táxi em Joinville é simplista demais: basta não ter antecedentes criminais e, assim, obter o alvará da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), habilitando-se a prestar o serviço de interesse da sociedade. Esta informação vem de motoristas de táxi recém-chegados e que se tornaram pilotos: dirigem carro de outra pessoa, recebendo percentual sobre o valor das corridas. Geralmente, 30%.

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Alguns dirão, com certa dose de sarcasmo e louvando-se na tecnologia, que basta o GPS, e mais nada, para se encontrar os endereços solicitados pelos clientes. Turistas pedem informações tão logo desembarcam em aeroportos, rodoviárias ou em shopping centers. Esperam respostas claras, objetivas, esclarecedoras.

O táxi é elo que tanto pode levar gente a hospital e ajudar a salvar vidas de doentes, como pode ser o meio que levará personagens a encontros de negócios.

Antes de serem habilitados ao exercício da profissão de taxista, os interessados deveriam ser obrigados a responder a questionário longo sobre história e geografia da cidade, sua vocação econômica, cultural e esportiva.

Assim é com os 625 taxistas credenciados por cooperativa, com ponto no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Se errarem a resposta para a rua da entrada de hospital de referência, o candidato é automaticamente reprovado e impedido de trabalhar naquele ponto pela cooperativa. A razão para isso: o erro pode levar à morte do potencial passageiro-cliente.

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Desde táxis a restaurantes, hotéis, lojas e agentes de pontos turísticos, atender corretamente é dever básico. O que só é possível tendo recebido, previamente, instruções e treinamento adequados. Em Joinville, estamos prontos para um receptivo de excelência? Temos coragem de responder “sim” a esta pergunta? Não, não temos!