Cláudia Sender, filha de médico e que se formou em Engenharia Química na USP, tinha o sonho de trabalhar em plataformas de petróleo. Acabou, muito jovem, em consultoria internacional por sete anos, nos Estados Unidos. À época, precisava compartilhar o computador com uma secretária de um dos sócios. O desejo dela era ter o seu próprio computador. Aprimorou-se mais. Superou preconceitos. Desenvolveu talentos.

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De volta ao Brasil, foi recrutada pela Whirlpool, trazida pelo atual presidente, João Carlos Brega. Hoje Claudia preside a poderosa TAM. Enxerga o negócio com foco em resultado e prioridade no cuidado aos clientes.

Em Joinville, falou a empresários na semana passada. E foi enfática:

– O valor das tarifas aéreas é função de demanda. Reconheço avanços no aeroporto de Joinville, mas ele ainda precisa de melhorias. A executiva Cláudia Sender com o presidente da Acij, João Martinelli e com o presidente da Whirlpool, João Carlos Brega

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Investimento

– Vivemos um momento de pessimismo. Nós, como empresa, estamos atentos às oportunidades. Assim, a TAM vai investir R$ 10 bilhões nos próximos três anos. A sociedade deve se manifestar e juntos, procurarmos soluções para que a crise possa ser a de menor duração. Acredito que a crise poderá ser a mais longa do período econômico recente.

Preço

– A reivindicação de Joinville por tarifa menor tem de obedecer à lógica da lei de oferta e procura. Se o cliente quer voar e compra a passagem com dois ou um dia de antecedência, claro que vai pagar mais caro. Na média, as tarifas se reduziram à metade nos últimos dez anos. As empresas aéreas atendem a 100 milhões de passageiros por ano no Brasil. O custo é fator de sobrevivência.

Carreira

– Depois de ter passado por várias áreas, assumi, em dezembro de 2009, a vice-presidência de vendas e marketing da TAM. Tive a sorte de ter tido gestores que me ajudaram a enxergar o mundo a partir do consumidor. Peço duas coisas aos milhares de funcionários da companhia: saúde e sabedoria para tomar as melhores decisões em momentos de tensão.

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Causa

– Fui trabalhar na Whirlpool por causa do Brega (João Carlos Brega, presidente). Fui a uma unidade de lavadoras, em Rio Claro e vi o significado do produto para a vida das mulheres. Sempre trabalhei em empresas nas quais posso me vincular a causas. Assim, dar independência às mulheres é uma causa que abraço. A lavadora de roupas é um destes produtos que auxiliam nisso.

LATAM

– Com a fusão, e o surgimento da LATAM, a gente se apoderou do mercado continente latino-americano. Mais da metade dos latino-americanos voam conosco. A gente acredita que vai mudar a imagem da América Latina.

Consultoria

– Trabalhei em consultoria por sete anos nos EUA. Compartilhava meu computador com a secretária de um dos sócios. Mas eu me esforçava. Trabalhava para provar que era capaz e competente. Decidi, então, fazer MBA. Ser consultor é muito legal. Mas é mais legal poder implementar suas próprias ideias e aprendizados.

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Aeroporto

– Tem de haver melhorias no aeroporto de Joinville. Temos o Airbus, que só pode operar em Joinville com metade da capacidade. É como se a fábrica trabalhasse com metade de sua capacidade. Houve avanços. O sistema ELO – com finger terrestre, – é uma melhoria. Em relação à possibilidade de aumentar os horários, estamos estudando oportunidades.

Presidente

– A função do presidente é dar um norte para a companhia. A diferença entre o chefe e o gestor é que o chefe tem todas as respostas. O gestor busca respostas com o seu grupo. Eu quero que minha equipe seja melhor do que eu. Trabalhamos na formatação da cultura da empresa, e isso demora pelo menos dez anos.

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