O presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), João Martinelli, identifica avanços na gestão municipal e vê que as melhorias promovidas nos controles e na gestão interna da Prefeitura ainda não chegaram totalmente à sociedade. Em entrevista à coluna Livre Mercado, faz reflexão sobre o quadro econômico e mostra o alcance de seus efeitos sociais nocivos.

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Propõe que todos se unam em torno da ideia de se fazer compras na cidade para que a crise possa ser minimizada, justamente quando o nível de desemprego cresce. A lógica, por trás desse conceito, é a possibilidade de manutenção das atividades, com consequências positivas para as receitas de diferentes setores – e, até, da Prefeitura, via elevação da arrecadação de impostos.

Claro que viabilizar essa alternativa sugerida não será nada simples. Exige, dos agentes, que percebam complementaridade e vantagens competitivas no que oferecem. Algo que precisa ser de interesse geral, a ser absorvido coletivamente.

A seguir, o resumo do pensamento do líder empresarial.

LOT

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“Entendo que será muito difícil a Lei de Ordenamento Territorial acontecer neste ano. Uma pena! Há “n” empreendimentos – em especial imobiliários – à espera de definição das regras para identificar possibilidades de construção. A LOT se politizou.”

Apoiar a cidade

“Entendo ser vital a cidade ?se fechar? nestes períodos de crise. Quero dizer com isso que se as pessoas e as próprias empresas fizessem um pacto por compras de produtos e serviços de indústria e varejo no ambiente local, a economia de Joinville não iria sofrer tanto. Joinville tem potencial grande e diversificado.”

Justiça e saúde

“O prefeito Udo Döhler fez importantes avanços internos na Prefeitura. É dedicado ao máximo para fazer o melhor pela cidade, doou seu salário e não permitiu nenhuma corrupção. O que falta é todas as melhorias chegarem à sociedade. Há problemas sérios com a saúde pública. Acredito que a greve termine nesta semana. A intermediação da Justiça tende a apressar uma solução.”

Desemprego

“Joinville está perdendo em torno de 1.700 empregos por mês e, nesse ritmo, chegaremos ao final do ano com um expressivo contingente de desempregados. Pessoas sem Natal, ou sem Papai Noel, sem perspectivas para novo ano. A indústria vai desempregar menos a partir de agosto. E o desemprego cresce no comércio. Mas as fábricas estão trabalhando só para o mês. O comércio não faz mais estoques. O comportamento dos empresários é de curto prazo. Os investimentos estão parados.”

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Efeitos

“Os efeitos colaterais de uma perda de emprego já começam a se fazer sentir. Um desempregado deixa de consumir ou passa a comprar apenas o mínimo necessário. E, segundo o IBGE, as vendas no comércio caíram pelo quinto mês consecutivo, aí incluídos os supermercados, onde estão os gêneros de primeira necessidade.”

Afetados

“Um desempregado não é apenas uma pessoa que perdeu seu emprego, mas perdeu junto sua dignidade, seu plano de saúde, seu vale-alimentação, seu desconto ou subsídio na compra de remédios, seu vale-transporte e outros benefícios que muitas empresas habitualmente concedem aos seus colaboradores.”

Amparo

“Nosso já precário sistema de saúde também será afetado, já que mais pessoas deixarão de ser assistidas por hospitais conveniados e passarão a se socorrer na rede pública. Estamos falando de grande número de pessoas que precisará encontrar amparo nos serviços públicos.”

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