Só em maio, as empresas de Joinville demitiram 9.156 trabalhadores e contrataram 7.394. Neste único mês, o saldo negativo é de 1.762 empregos. A informação é do Ministério do Trabalho e Emprego e consta da página que a Associação Empresarial de Joinville (Acij) assina nesta segunda, no “AN”. Sinal de que o problema assusta até os donos do capital. Em breve, o que ainda é “apenas” – e a expressão “apenas” não significa pouca coisa – dado da estatística macroeconômica tende a se transformar em importante problema social.
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Claro que a situação é bem mais grave quando se considera o primeiro semestre todo do ano. Atenção máxima deverá vir, principalmente, das autoridades responsáveis em cuidar para não se agigantarem dramas comunitários, como o do aumento de moradores de rua, por conta de despejos. Ou do crescimento da violência e criminalidade, em razão da desesperança.
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Se o nível de desemprego persistir ascendente no segundo semestre, os seus desdobramentos serão algo próximo à angústia social. Um fenômeno sociológico que não deve ser desprezado. Nada parecido com o triênio 1981-1983, período de recessão continuada, mas a realidade contemporânea é bem relevante.
O que deve ser anotado: a complexidade das relações sociais e econômicas, atualmente, é bem maior do que a que tínhamos há mais de três décadas. Joinville mudou. O País também é outro. Os problemas sociais mudaram de patamar. E, agora, novamente, podem ficar mais visíveis em duas áreas sensíveis para a vida das pessoas e do convívio familiar: habitação e mínima infraestrutura comunitária.
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Prover uma política habitacional e dar amparo aos desvalidos são, na essência, atribuições do Poder Público municipal sempre sobrecarregado de demandas e desprovido de recursos e estrutura suficientes para encaminhar todas as soluções. As soluções são difíceis. Serão, proporcionalmente, mais ou menos difíceis na medida em que nos defrontarmos com a a exata dimensão do nível de desemprego.