O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, assina nesta segunda-feira, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Joinville, um acordo de cooperação entre o MDIC e a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha (AHK) para promover ações e iniciativas na área de inovação, como a organização de eventos conjuntos, missões, rodadas de negócios, prêmios e programas de inovação.

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O acordo permitirá o esforço mútuo de apoio à formação de parcerias entre empresas dos dois países, tanto no âmbito da chamada agenda bilateral para projetos de PD&I com o governo alemão, quanto em outros temas prioritários da relação, tais como indústria 4.0, biotecnologia, open innovation e economia verde.

Cooperação

O governador do Estado, Raimundo Colombo, o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann, e o ministro da Economia, Ciência e Segurança Digital do Estado da Turíngia, Wolfang Tiefensee, assinam, também em Joinville, um termo de cooperação entre Santa Catarina e o Estado Livre da Turíngia. O acordo prevê a cooperação e o intercâmbio de informações e experiências nas áreas científica e tecnológica, acadêmica, cultural, econômica e comercial.

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Carnes e tecnologia

A relação comercial entre Santa Catarina e a Alemanha mostra que, predominantemente, exportamos matéria-prima (carnes de animais, preparação e conservas de galos e galinhas) para o país europeu. A lista dos cinco principais itens ainda inclui o motor elétrico. E só. Na ponta importadora, tecnologia agregada: recebemos das empresas alemãs automóveis, frações de sangue e produtos imunológicos, reagentes de diagnósticos ou de laboratório, aparelhos de diagnósticos por visualização ressonância magnética.

Déficit

Há déficit na balança comercial: os cinco produtos mais vendidos pelo Estado somaram, no ano passado, US$ 140 milhões. As mercadorias exportadas pela Alemanha chegaram a US$ 395 milhões. A distância é gritante. Equilibrar essa situação só será possível quando, de nossa parte, conseguirmos ser mais competitivos. Está claro que, até pela natureza do que se vende e se compra, haver enorme descompasso tecnológico.

Quarto parceiro

A Alemanha é o quarto parceiro comercial do Brasil, atrás de China, Estados Unidos e Argentina, com participação de 4,5% no total das transações de comércio brasileiro de bens. Nos últimos anos, as exportações brasileiras caíram e as importações de produtos alemães aumentaram. Há 1.400 empresas alemãs com operações no Brasil, que representam 10% de todo o nosso PIB industrial.

Os desafios

Há dois principais desafios para melhorar a relação comercial entre os dois países: 1) Negociar acordo para evitar a bitributação. Estudo da CNI mostra que mais de 60% das empresas sofrem com a dupla tributação e as exportações para a Alemanha estão entre as mais prejudicadas; 2) Avançar nas negociações de acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O mercado doméstico não é mais suficiente diante da ocupação da China – e os outros mercados só poderão ser mantidos se o Brasil tiver preferências comerciais e regras que compensem sua baixa competitividade frente aos chineses.

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Aplicativo do JEC

O aplicativo Tricolor AN foi apresentado para a diretoria da Fiesc na reunião mensal da entidade, na sexta-feira. O produto foi desenvolvido por alunos do Senai Joinville e é resultado de uma parceria entre a instituição e o jornal A Notícia.