Joinville é o quinto maior mercado na utilização de cartões de crédito de toda a região Sul do País. Estudo da consultoria Nielsen revela que os joinvilenses contribuem com 2,3% do total de compras feitas por esta modalidade de pagamento. Curitiba lidera com 12,9%, seguida de Porto Alegre, com 9,2%.

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Florianópolis surge em terceiro lugar, com 3,3%, e Londrina, à frente de Joinville, participa com 2,7%. Estes municípios, na soma, respondem por quase um terço de todas as transações realizadas com cartões no conjunto dos municípios catarinenses, do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Os números sugerem algumas reflexões interessantes e permitem conclusões a respeito da nossa sociedade consumista. Joinville se aproxima do principal município do Norte paranaense, mas continua um tanto distante da capital catarinense.

É questão da formação e características da economia de cada local. Joinville, com classe média significante, é realidade de uma década pra cá, e ganhou relevância no contexto nacional por força de sua base econômica centrada na indústria. Isto sempre foi histórico. Tem mudado na desde 2005.

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O modelo atual já não é bem esse. As áreas de prestação de serviços dinamizaram-se desde a ascensão do poder de compra por parte dos trabalhadores. Fato verificado de maneira mais consistente na última parte do decênio 2004-2013.

A velocidade de crescimento dos negócios do varejo e o potencial de consumo ascendente explicam a posição de Joinville no cenário sul-brasileiro. Pode-se argumentar que as compras estão encolhendo neste ano, em razão de dificuldades financeiras conhecidas.

Claro! Mas isso vale para praticamente a totalidade das comunidades. Os municípios menos afetados servem somente para confirmar a regra e são a exceção em função de peculiaridades muito próprias na forma como se desenvolvem.

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O consumo dos joinvilenses, via utilização de cartões, parece pequeno quando comparado com o de Curitiba. Tomada essa base de comparação, não há dúvida de que estamos distantes. Mas não deve ser este o padrão a ser perseguido. O que nos interessa, aqui, é notar duas situações relevantes.

A primeira: estamos entre os cinco de maior densidade de compras via cartão porque o varejo local se diversificou e, com mais alternativas e maior número de lojas, os consumidores já não precisam correr tão frequentemente para centros maiores, como Curitiba e São Paulo. Este fenômeno era mais perceptível há cinco ou mais anos. Continua sendo realidade, mas longe do seu auge.

Se a expansão do varejo garante oportunidades variadas de compra, de outro lado, a universalização (ou quase) do uso massivo da moeda de plástico é um ingrediente a demonstrar nossa integração ao modelo natural de como de se fazem negócios.

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Natural e óbvio. A população já se acostumou em levar cartão no bolso, em vez de dinheiro vivo.

Praticidade é a chave. A simples possibilidade de adquirir bens em prazos dilatados apresentando RG, CPF e o cartão de qualquer operadora, geralmente resolve na hora de pagar as contas feitas. Lógico que o seu uso induz a um superendividamento. Problema enorme e generalizado, independentemente da classe socioeconômica, já analisado aqui neste espaço.

Conscientemente bem empregado, o instrumento de compras nas relações entre clientes e varejo auxilia a todos. Joinville em segundo lugar no Estado, atrás de Florianópolis, também não surpreende. A mesma situação aparece noutros rankings.

Especialmente num deles, o importante Índice de Potencial de Consumo, o IPC, referência para quem decide por fazer, ou não, determinados investimentos.

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Ele considera a viabilidade de seus negócios, amparado por informações sobre a capacidade de absorção de novos produtos ou serviços.

Leia mais colunas de Claudio Loetz em AN.com.br.

Joinville está se preparando para um novo ciclo de crescimento, desta vez embasado no setor terciário? Ouso dizer que há um caminho a percorrer nesta direção. Os sinais de que a economia empobreceu estão em variados indicadores. De novo: isso não é privilégio negativo nosso. É efeito das circunstâncias macroeconômicas que atingem indistintamente municípios maiores ou menores.

Aí, uma reflexão adicional se impõe: vamos superar os problemas, mais ou menos rapidamente, do que os demais municípios com potencial de negócios semelhante ou do que outros, procurando se expandir? Não há respostas claras para isso, ainda.

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O que é necessário perceber: com crise – mais ou menos intensa – ou, sem ela, o consumo joinvilense estará atrelado a sua renda. Renda que será gasta, em boa medida, com o pagamento de dívidas neste final de ano. E, com as novas dívidas, a serem feitas, tradicionalmente, no último bimestre. O Natal sempre é um chamariz tentador e motiva mais compras.

Nesta época do ano, mais pessoas nas ruas e nos shoppings significam, também, mais oportunidades de roubos, furtos e de clonagem de cartões. Às compras, sim! Com muita cautela para gastar o que se pode pagar. Olho vivo e atenção redobrada.