2017 continuará sendo um ano difícil, complicado. Tanto para empresas, quanto para pessoas físicas, simples consumidores. Os problemas macroeconômicos mais sensíveis persistem. Corrupção, desemprego elevado e violência não darão trégua. Há um longo caminho a percorrer para que a sociedade evolua a patamares minimamente civilizados.
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Mesmo diante da “natureza” do brasileiro, pouco afeito a obedecer a regras, e sempre disposto a colher frutos com pouco esforço, os últimos quatro anos nos ensinaram a moldar comportamentos, em face de dificuldades generalizadas que exigiram empenho triplicado para não submergir. Se há esta convicção de como somos (e não adianta negar, porque assim somos), o ano começa com perspectivas menos ruins do que havia no início de 2016.
Alguns números e alguns sinais apontam para a esperança de melhora a partir do segundo semestre. Pesquisa realizada nesta semana pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com empresários do varejo e prestadores de serviços das 27 capitais e do interior do Brasil mostra que ao menos parte dos entrevistados está otimista.
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Praticamente seis em cada dez (58,4%) acreditam que a economia será melhor neste ano. Apenas 8,4% acreditam que a conjuntura econômica ficará pior e, entre estes, quase a metade (ou 40%) afirma que uma das principais consequências será a dificuldade em economizar e fazer reserva financeira ou capital de giro.
Um terço deles diz que fará menos compras. Igual índice afirma que deixará de comprar coisas que a empresa não precisa urgentemente porque haverá menos dinheiro. Curioso é que apenas (e, aqui, é apenas, mesmo, sem aspas) 26,5% acreditam que será mais difícil manter as contas em dia e irão negociar e pedir mais descontos na hora das compras.
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Mesmo com a maioria acreditando que o ano será melhor do que o anterior, ainda há 36,7% que temem que o País não consiga sair da crise. Esse é o temor mais citado pelos entrevistados. Em seguida, aparece o medo de ter que fechar a empresa (18,6%), ser vítima de algum tipo de violência (15,6%) e não conseguir pagar as dívidas (13,5%).
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Sim, os medos continuam a pairar. Para aplacar esse sentimento, a ação do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a taxa de juros básica de 13,75% para 13%, revela-se a mais importante informação desse começo de ano. Na esteira dessa decisão, são naturais os movimentos de bancos públicos e privados, que devem baixar as taxas cobradas em empréstimos. Ainda que elas, as taxas, caiam pouco, será um alento. Mas nem por isso saia por aí pegando dinheiro emprestado.
A considerar, ainda, que essa novidade boa poderá modificar as regras nos cálculos da Taxa de Juros de Longo Prazo (a TJLP), que norteia os financiamentos de máquinas e equipamentos por pate do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES.
Outra notícia boa vem do produto interno bruto, que cresceu 0,2% em novembro. Não é nada, dirão muitos. Sim, aparentemente não é nada. Mas é, sim. Porque é uma mudança de inflexão. Significativa, não pelo número em si, mas importante como prenúncio a indicar reversão de expectativas.
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Então, dadas essas situações e encaminhamentos do poder público na direção do que o empresariado e outros agentes econômicos esperavam, é possível que a longuíssima onda negativista deixe de ser alimentada.
Claro, não há nada a festejar, mas já há o bastante para deixarmos a cama da depressão e deslocarmo-nos na direção do fazer acontecer.