A eleição para prefeito de Joinville opõe dois candidatos com perfis, convicções, ideário, trajetórias e modo de encarar os desafios do município de forma absolutamente diferentes. Udo Döhler e Darci de Matos são personagens da cena política caracteristicamente diversos em praticamente tudo. Udo fez carreira toda no meio empresarial, com foco na ação executiva e na busca por solução de problemas. Por isso mesmo, rapidamente decide, uma vez tendo as informações necessárias à mão. Afinal, presidir empresa do porte da Döhler exige apurado senso prático, obriga a fazer escolhas e a optar por caminhos que lhe pareçam adequados.

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No contraponto ao empresário, Darci chega à reta final do segundo turno no embalo de um discurso próprio de quem tem larga e vitoriosa vivência no Legislativo, aportado por formação acadêmica sólida. O deputado estadual, tal qual o adversário, ambiciona sentar na cadeira do gabinete do prefeito de Joinville a partir de 1º de janeiro de 2017. Ele, pela primeira vez; Udo quer repetir a cena de quatro anos atrás. Um dos dois vai sorrir nesta hora. A opção do eleitorado, neste domingo, dará o norte do que a sociedade joinvilense deseja para si, majoritariamente, de janeiro de 2017 até dezembro de 2020.

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As promessas e compromissos assumidos sempre superam as possibilidades de execução. Ainda mais porque as expectativas da população são, naturalmente, bem mais elevadas do que, na prática, o ocupante do cargo será capaz de fazer. Limitações não faltam: desde dinheiro escasso até o engessamento da burocracia. Logicamente que as ideias, quando formuladas nos programas gratuitos de rádio e TV – e nos debates – soam miraculosas.

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Na vida real é diferente.Enganar-se a este respeito, eleitor, significa frustrar-se depois. É assim mesmo. Os candidatos usam o tempo de campanha para criar a sensação de que tudo está muito bom. Ou ao contrário: de que nada presta. Evidentemente, este tipo de exagero, de quaisquer dos pontos de vista, tem de ser desconsiderado. Ao eleitor cabe a racionalidade neste domingo. Apropriar-se ao máximo de informações sobre os dois candidatos e retirar a essência de tudo o que disseram são fundamentais. E compreender que as falas são, em si mesmas, pouco mais do que falas.

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De posse de certezas demais, os candidatos – quaisquer que sejam eles, em qualquer lugar do planeta – tendem a erigir um mundo que lhes convém. Não podemos, como cidadãos, cair na cantilena de meias-verdades. E, muito menos, de possíveis inverdades, infelizmente tão recorrentes nos discursos fáceis.

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Udo e Darci, cada um do seu jeito, tentaram convencer-nos de que merecem a oportunidade de comandar Joinville. Sim, a mais rica e populosa cidade do Estado, mas, igualmente, a mais desafiadora. Se há 30 anos não se fez o que deveria ter sido feito – principalmente em planejamento urbano e mobilidade -, a dimensão das dificuldades é gigante agora.

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Joinville é enorme e complexa, com um ambiente socioeconômico de contrastes, comuns a cidades que se desenvolveram. A consequência é que há demandas antigas e reprimidas no atendimento na área da saúde. Ainda temos muitas ruas sem pavimentação. Há excelência no ensino em escolas municipais nota 10. A máquina pública foi absolutamente informatizada, e tudo está disponível a poucos cliques no computador e ao alcance dos dedos de quem for o vitorioso neste dia 30 de outubro.

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Pense responsavelmente sobre os caminhos que teremos pela frente, com Udo ou com Darci. E vote conscientemente, a partir de princípios inequívocos de cidadania e civilidade.

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Udo e Darci pedem o seu voto. Reflita bem antes de decidir na seção eleitoral. Descubra se o seu candidato consegue dar respostas claras a pelo menos cinco perguntas.

1. Por que tais ou quais projetos e obras são essenciais?

2. De onde virão os recursos para fazê-los viáveis?

3. Qual é a garantia de que estes projetos e obras serão, de fato, executados ao longo do mandato?

4. Que impactos positivos mensuráveis estas obras vão ter para o futuro da cidade e de seus moradores?

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5. O grupo político de tua escolha, e que pode dirigir Joinville, respeita a legalidade?

Boa e consciente votação.