Cláudio Aragão (MDB) foi eleito presidente da Câmara de Vereadores nesta semana e vai exercer o cargo ao longo dos próximos dois anos, prometendo estreitar a relação do Legislativo com a comunidade. Ele presidirá a mesa diretora, composta também por Ana Rita Negrini Hermes (PROS – vice-presidente), James Schroeder (PDT – 1º secretário) e Lioilson Corrêa (PSC – 2º secretário).

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Em seu segundo mandato na Câmara, Aragão começou como líder comunitário, atuou durante anos nos bastidores da política antes de disputar a primeira eleição e ainda sonha em se tornar prefeito de Joinville.

Nascido em Canelinha (SC), mudou-se aos sete anos e se criou na zona Sul de Joinville. Foi quando descobriu seu perfil de liderança em um grupo de jovens. Fundou a paróquia São Paulo, no bairro João Costa, e atuou no setor financeiro da igreja durante duas décadas. A entrada na política foi como assessor do vereador Ademir Machado, no final dos anos 1990, com quem trabalhou durante dez anos.

Ainda foi assessor do vereador Maurício Peixer para depois atuar em diversos órgãos da Prefeitura, como assessor, gerente, diretor ou coordenador. A vontade de deixar os bastidores para assumir o protagonismo na política surgiu em 2010. Aragão então decidiu que disputaria as eleições para vereadores e começou a se preparar para o desafio. Foi eleito em 2012 com 4.183 votos e reeleito quatro anos depois com quase 5 mil votos.

— A vida pública está há tempos comigo, mas a minha causa é muito social. Gosto de estar próximo das pessoas — conta.

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Como presidente eleito da Câmara de Vereadores para o mandato que inicia em 2019, ele realiza mais um desejo que criou nos últimos anos, período em que atuou como líder do governo no Legislativo. Para o futuro, sonha em se tornar prefeito de Joinville, mas admite que a eleição de 2020 talvez ainda não seja o momento certo para lançar o nome ao Executivo.

— Se fosse convidado a compôr uma chapa sendo candidato à vice-prefeito, eu acredito que estaria preparado. Se o partido me chamar, eu vou dizer sim.

Confira entrevista com o presidente eleito da Câmara:

A NOTÍCIA – O senhor está em seu segundo mandato como vereador e agora chega à presidência. O que o motivou à presidir a Câmara?

CLÁUDIO ARAGÃO – Logo depois de me eleger, em 2012, me tornei líder do partido na Câmara. Ao longo dos últimos quatro anos, também fui o líder do governo na Câmara e criei essa confiança com os colegas vereadores. No ano passado – na eleição do Fernando Krelling (MDB) para presidente – pensei em colocar meu nome (para a disputa), mas resolvi aguardar. Depois começou a despertar essa vontade em mim e conversei com o prefeito Udo (Döhler) se ele se importaria de eu começar a trabalhar isso com os vereadores, então há um ano venho trabalhando para isso. Ajudei toda a nossa coligação agora na eleição e isso me deu uma condição de colocar meu nome na corrida. Quando terminou a eleição estadual, decidi definitivamente colocar meu nome à disposição.

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AN – O presidente atual defendeu a redução de gastos e a economia nos trabalhos diários da casa, inclusive com o fim do aluguel de carros para cada vereador, por exemplo. Como o senhor vai lidar com esses temas?

ARAGÃO – A população está muito presente e um vereador tem que ter ferramentas para trabalhar. Eu sou contra o uso de carros pelos vereadores, mas é importante ter carros para uso da Câmara. O vereador é do município e me parece que hoje na Câmara tem três carros, o que não dá nem para os funcionários. Então, talvez tenhamos que melhorar um pouco e aumentar esse número, mas não voltar com um carro para cada vereador.

AN – Qual será sua principal bandeira à frente da Câmara de Vereadores?

ARAGÃO – Uma das coisas que a gente tem que levar para a Câmara, discutir e abraçar a causa, é a mobilidade urbana da nossa cidade. Nós temos que incentivar o transporte de massa e o uso da bicicleta para que a mobilidade melhore, por exemplo. Como fazer isso? Discutindo como política pública e levando essa discussão para o Executivo e para as empresas de ônibus.

AN – Como novo presidente eleito, quais os projetos de gestão para a Câmara de Vereadores nesses próximos dois anos?

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ARAGÃO – A Câmara precisa dar um pouco mais de resposta à sociedade, através das mídias sociais e de um aplicativo que nós vamos tentar criar. Nós queremos dar uma nova roupagem para a Câmara. Quero ver se consigo fazer uma interlocução com o Executivo para usarmos o sistema de informação que eles já usam. Hoje você faz uma indicação na Câmara e um papel físico vai para o gabinete do prefeito, de lá é descentralizado para as secretarias ou subprefeituras. Isso leva muito tempo. (O sistema) é uma maneira de economizar e de dar uma resposta mais rápida para a comunidade.

Hoje, a Câmara também fica meio parada de manhã e quero dar uma aquecida nisso. Quero ver se faço uma parceria com a Delegacia Regional para que o cidadão possa fazer a identidade na Câmara de Vereadores. Seria uma resposta para a sociedade, abrindo as portas da Câmara para que ela possa fazer alguns serviços ali. Nos finais de semana, também quero incentivar o uso do plenário por entidades que precisem. Vamos criar uma estrutura para isso, mas eu penso que a casa precisa ser movimentada.

AN – O senhor foi líder do governo durante os últimos anos. Qual vai ser a relação da Câmara com o Executivo durante o seu mandato como presidente da casa?

ARAGÃO – A relação do Legislativo e do Executivo precisa ser harmônica, apesar de serem poderes independentes. Como presidente da Câmara, vou tentar fazer com que a harmonia prevaleça. Com certeza, teremos um bom trânsito. Particularmente, eu sou amigo do prefeito Udo, gosto e aprovo a gestão dele, então acho que o trânsito será até melhor do que a gente pensa. Claro que o prefeito vai precisar escolher o novo líder, mas vamos ser uma espécie de apoio total ao Executivo.

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