Claudinei Oliveira ainda não teve tempo para descansar desde que chegou em Florianópolis no dia 25 de agosto. Seu trabalho no comando do Avaí tem sido intenso. O primeiro passo foi conhecer o elenco, depois ir a campo e estruturar a equipe. O bom é que os resultados têm acompanhado o treinador. Desde que ele chegou, são quatro vitórias e um empate na Série B, uma sequência que levou o Leão a voltar a sonhar com o acesso à elite do futebol nacional.

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O técnico continua morando em um hotel. Nada que o incomode. Em quase um mês de Florianópolis, ele teve poucas oportunidades de conhecer a cidade. O trabalho tem sido intenso. Algo natural para quem, desde que se aposentou do campo – Claudinei foi goleiro –, tem encarado um desafio diferente a cada ano.

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A formação de Claudinei Oliveira como treinador é praticamente toda feita no Santos.

– Cheguei em 2006 ao clube, fazia avaliação de atletas para a base. Recebendo jogador de todo o Brasil e fichando um por um. Depois, fui para as franquias dos Meninos da Vila, que são as escolinhas do clube. Passei para auxiliar do sub-17 e técnico do sub-15. Fui crescendo, assumi o sub-20. Conquistei títulos em todas as categorias, me fizeram oferta para sair, principalmente depois de vencer a Copa São Paulo, mas permaneci no clube. Um dia (em 2013) o Santos perdeu para o Botafogo e demitiram o Muricy Ramalho. Me chamaram para ser auxiliar técnico no profissional e cuidar da equipe enquanto tentavam a contratação do Marcelo Bielsa ou do Tatá Martino. Consegui bons resultados e fui efetivado – resume Claudinei sobre sua trajetória no Peixe.

O treinador é realista. Reconhece que é possível conquistar o acesso, mas sabe também que isso tem que ser tratado jogo a jogo e com o pé no chão. Afinal, há pouco tempo a equipe lutava contra o rebaixamento.

– Eu falei para os jogadores esses dias. Você saíram vaiados depois da derrota para o Bahia e agora, contra o Bragantino, saíram ovacionados. O nosso futebol é de luta, competitivo. Não é um futebol vistoso, mas é de muita entrega. Assumimos isso e sabemos o que tem que ser feito – completou o treinador, que conversa com exclusividade sobre a carreira e o desafio de comandar o Avaí.

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Confira a entrevista com o treinador Claudinei Oliveira

Como faz para conhecer o elenco com tão pouco tempo?

No dia a dia. Jogadores ligam uns para os outros e perguntam como era o nosso trabalho em outros times. Eu também procuro informações. Mas nada tira o dia a dia. Jogador que às vezes para outros está preguiço, com uma conversa conseguimos mostrar que amanhã ele sai e tem mercado aberto se trabalhar bem. Posso sair do Avaí e levar um jogador que não está jogando hoje se vejo que no treino ele vai bem. Também tem que ter humildade para ouvir todo mundo, olhos para todos e não abrir mão de ninguém. É muito fácil mandar seis embora e contratar oito. Esse é o caminho mais fácil, não quer dizer que é o melhor.

Consegue explicar a magia entre a torcida e o Marquinhos?

Ele jogaria em qualquer time da Série B e em muitos de Série A. Estando 100%, ele pode jogar em qualquer equipe. Marquinhos é jogador fantástico, que aqui é ídolo e isso dá confiança para a torcida. Se ele vai cobrar uma falta, a torcida já fica na expectativa de ver o gol. Uma prova disso é que, em cinco jogos, deu cinco assistências.

Como segurar a empolgação pelo acesso?

Eu acho que é bom que exista, mas não podemos deixar isso atrapalhar. Trabalhamos alertando. Eu converso com os líderes do grupo para sempre lembrar onde estávamos e o que estamos fazendo para mudar a situação. Não podemos deixar baixar esse rendimento. Podemos perder porque o outro time foi melhor e não porque deixamos de nos dedicar como temos feitos nessas últimas partidas.

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Do que gosta além do esporte?

Vejo filmes e leio livros, mas a minha vida é o futebol. Eu gosto muito, não tem jeito. Gosto de ver outros esportes também, como basquete, vôlei, tênis. Sempre tem algo que podemos aprender.