Apostas de Avaíe de Chapecoensepara os comandos técnicos das duas equipes, Claudinei Oliveira e Vagner Mancini conseguiram a façanha de desbravar o Campeonato Catarinense para chegar à final da competição logo na primeira participação. De inexperientes, é claro, eles não têm nada. Mas só um terminará as próximas duas partidas com motivos para comemorar. Parceiros de cursos de formação de técnicos, agora eles estão em lados opostos da disputa que começa neste domingo, às 16h, na Ressacada, e continua no próximo fim de semana, em Chapecó, onde será escrito o capítulo final
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O pragmatismo e a objetividade de Claudinei Oliveira
Meticulosidade, atenção aos detalhes, encaixe das peças. Está tudo ali, no campo, seja no treino ou no jogo. Porém, as profundezas do que compõe o futebol emergem de Claudinei Oliveira de maneira direta e objetiva. É treinador que simplifica, que transforma o “tatiquês” em idioma de povão. Fica fácil e por isso consegue se aproximar dos atletas do plantel do Avaí. A relação de comandante e comandado existe, porém muito mais horizontal.
Objetividade que contrasta com o futebol de alto nível, envolto em teias de fundamentos táticos e fatores que influem diretamente nos jogos. Simplicidade que alcança seus comandados nas palestras antes das partidas.
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– Ele nos deixa à vontade, e tem o grupo na mão. Todos correm por ele, querem o bem dele. Quando chegou no ano passado, passou confiança ao grupo, todos ganharam essa confiança. Para mim, ele é o melhor treinador de SC. Na hora de ir para o jogo, passa a palavra dele, dá uma motivação a mais, fala o que tem de ser feito em campo. Sabe que o grupo está fechado com ele, e vamos correr por ele nessa final – assegura o zagueiro Alemão.
Tem o grupo na mão, como os próprios atletas dizem, porque está junto deles. Não é do tipo que fica na beira do campo, observando a aplicação nos treinos, ou se manifesta com um incentivo ou reprovação de alguma jogada. Está presente, dentro de campo, em meio aos jogadores. Tão presente que o colete de treinamento é peça do próprio fardamento, não apenas o distribui. Veste para não ser confundido entre comandados, para que levantar o braço para orientação não pareça um pedido de passe e atrapalhe a atividade.
Claudinei é o fio que entrelaça jogadores e comissão técnica, e também os conduz. Com foi no acesso à Série A do Campeonato Brasileiro e como tem sido até antes das finais do Catarinense. Estar nela causa satisfação no paulista de Santos, de 47 anos. Para ele, não é mais uma decisão que vive, é especial. Pela primeira vez na vida disputa o estadual de Santa Catarina, Estado que sequer passou perto quando era goleiro, entre 1989 e 2003. A competitividade de cinco postulantes ao troféu e a certeza de que uma surpresa está entre estes atrai e daria ainda mais valor ao primeiro título como treinador de equipe profissional.
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Mancini em busca do segundo título em Santa Catarina
Quando aceitou treinar a Chapecoense, no início de dezembro, Vagner Mancini encarou o desafio de comandar um time que praticamente não tinha jogadores, a não ser alguns remanescentes, como o meia Nenén e o volante Moisés Ribeiro, além de garotos da base. Mas ele aceitou a missão, pois era a oportunidade de montar um time com as características que queria, iniciando um trabalho desde o início, como havia feito no Paulista de Jundiaí, no título da Copa do Brasil de 2005. A direção também buscava um treinador dentro dos patamares financeiros do perfil do clube. Daí veio a escolha deste paulista de 50 anos, natural de Ribeirão Preto.
– Escolhemos ele pois é uma pessoa do bem, simples, que veio do interior assim como é a Chapecoense. Ele fez um grande trabalho no Paulista de Jundiaí e tem conceitos modernos de futebol, sendo ofensivo, mas também com boa marcação – explicou o presidente Plínio David de Nes.
Outra característica elogiada pelo presidente do clube é a capacidade do técnico em ser um bom gestor de pessoas. Mancini consegue manter a motivação mesmo de quem não vem jogando. Jogadores que disputam posição, como os atacante Túlio de Melo e Wellington Paulista, mantêm a mesma motivação e espírito de grupo. Parte disso pela relação franca que tem com os atletas.
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– Ele é um técnico que fez bons trabalhos, é bom caráter, conversa com a diretoria e tem toda a nossa confiança e nosso respeito – afirmou o vice-presidente, Ivan Tozzo.
Confiança que deixou o treinador seguro mesmo durante a sequência de cinco jogos sem vitória no Catarinense. Mancini disse que ficou tranquilo naquele momento, pois sabia que o grupo tinha qualidade para reagir. Outro momento importante, segundo o treinador, foi após a derrota para o Lanús, em que o grupo se fechou e buscou se superar.
Campeão da Libertadores em 1995 como jogador do Grêmio, o técnico não vem conseguindo o mesmo sucesso na competição internacional como comandante. Mas venceu o primeiro jogo da Recopa contra o Atlético Nacional e chegou na final do Catarinense.
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Em sua primeira passagem em SC, também reconstruiu um clube que atingiu média de dois gols por jogo. Ele pode conquistar na Chapecoense seu segundo título Catarinense. O primeiro foi em 2003, como jogador do Figueirense.
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