Gramado é papel e bola vira caneta para escrever mais um capítulo na história do clássico da Capital de Santa Catarina. Avaí e Figueirense vão se enfrentar às 16h30min deste sábado, na Ressacada. Não bastasse a rivalidade de 442 duelos anteriores (152 vitórias alvinegras, 146 triunfos azurras e 144 empates), o confronto tem o peso da luta pelo acesso à elite do futebol nacional. Os mandantes precisam ganhar para se manterem entre os quatro primeiros colocados da Série B do Campeonato Brasileiro, enquanto os visitantes tentam vencer para se reaproximar do adversário e do G-4 na classificação.
Continua depois da publicidade
CLÁSSICO
Betão
Confiança em dia. O Avaí chega para o último clássico de 2018 em seu melhor momento na temporada. A equipe embalou e acumula nove partidas de invencibilidade – a maior desde o Catarinense do ano passado. Há outra motivação à equipe que tem o zagueiro Betão como referência: o aniversário do clube. No dia do clássico, o Leão completa 95 anos e vai estrear uniforme especial por causa da data, todo azul.
Clássico também envolve mistério, e o último ano teve muito. Por parte azurra, os últimos dois treinamentos foram totalmente fechado e as dúvidas na escalação começam pela escolha do sistema de jogo, como dois ou três zagueiros. O meia Marquinhos pode aparecer no campo ou no banco ou em nenhum dos dois.
Continua depois da publicidade
Jorge Henrique
Bater o maior rival e retomar força para a sequência da temporada. Isto é o que move o Figueirense para o último clássico do ano. Nos outros três duelos ante os azurras nesta temporada, o Alvinegro estava em momento melhor, e mesmo assim não conseguiu o triunfo – mais uma motivação para a partida deste sábado, na casa do adversário. O Furacão vai usar roupa nova no aniversário do maior adversário. O clube estreia o material de nova fornecedora.
Também não faltou mistério no time visitante. Um deles é a participação de Jorge Henrique, camisa 10 e que tem a braçadeira de capitão se estiver dentro de campo. O jogador se recuperou de lesão muscular e pode ser selecionado pelo técnico Milton Cruz para o duelo. Há outras dúvidas na formação preta e branca para o confronto da 24ª rodada da Série B.
CRAQUES
Guga
Ser cria da base é suficiente para ser tratado como xodó. Porém, as atuações fizeram do lateral-direito um dos principais jogadores do time azul e branco. Não apenas por estar entre os que mais cruzaram bolas na competição, inclusive no percentual de acerto, mas porque é o que mais desarma na competição, quase três por partida, e dá conta das cobranças de faltas e escanteios quando Marquinhos não está em campo e das batidas de pênaltis depois da saída do zagueiro Alemão.
Continua depois da publicidade
Com a camisa 98 e 20 anos, Guga vive seu primeiro ano como profissional e chama a atenção, inclusive com propostas de transferência ao futebol do exterior, fora das pretensões avaianas para negociar o lateral-direito.
Ferrareis
Jogador formado na base do Internacional encontrou no Figueirense mais que um novo clube ou um local para dar continuidade à carreira. Com a camisa preta e branca ele achou seu melhor futebol. Por isso só perde para o goleiro Denis em quantidade de partidas disputadas pelo clube nesta temporada — duas a menos que as 43 do protetor da meta alvinegra. Outro fator é o faro de gol apurado.
Balançou as redes oito vezes neste ano, apenas uma vez a menos que os artilheiros do clube em 2018, Henan e André Luis. O primeiro deles foi no 3 a 3 ante o Avaí na Ressacada, pelo Catarinense, e ainda tem outro diante da Chapecoense, que guiou a equipe para o título estadual.
Continua depois da publicidade
COMANDANTES
Geninho
Será apenas o terceiro clássico da Capital na carreira do treinador, que não sabe o gosto da derrota para o Figueirense. Além da vitória de 1 a 0 no primeiro turno desta Série B, teve o empate em 1 a 1 pelo Catarinense de 2015. No entanto, a experiência de mais de três décadas como treinador dá a ele confiança para conduzir o Leão no embate. Ratificada pela recuperação do time no começo do trabalho e da atual sequência de nove jogos de invencibilidade.
O treinador usou do que podia para complicar para o rival antes de a bola rolar. As duas últimas atividades preparatórias foram fechadas, sequer o aquecimento pôde ser acompanhado. Puramente as duas formas de armar a equipe, com dois zagueiros ou com três, são suficientes para criar mistério.
Milton Cruz
Talvez esteja no momento mais difícil desde quando recebeu o comando do time alvinegro. Quando assumiu o cargo com a equipe na zona de rebaixamento da Série B, tinha a confiança de clube e torcida para iniciar a recuperação. Mas agora, seis pontos somados dos últimos 18 disputados fazem do clássico na casa do adversário uma grande prova ao paulista de 61 anos: fazer do embate com o arquirrival a arrancada por resultados melhores e, consequentemente, ganhar força pela briga pelo acesso.
Continua depois da publicidade
Se não conhecia o clássico antes de desembarcar no Orlando Scarpelli, teve os três deste ano para entender o peso dele vai além dos pontos em disputa em qualquer competição. Para superar o momento delicado, mira a primeira vitória dele no Figueirense diante do arquirrival.
FICHA TÉCNICA – Avaí x Figueirense
AVAÍ
Aranha; Airton, Marquinhos Silva, Betão; Guga, Judson, André Mortiz, Renato e Capa; Romulo e Rodrigão. Técnico: Geninho.
FIGUEIRENSE
Denis; Matheus Ribeiro, Cleberson, Eduardo e João Paulo; Zé Antônio, Matheus Sales, Renan Mota, Jorge Henrique e Gustavo Ferrareis; Elton. Técnico: Milton Cruz.
Continua depois da publicidade
ARBITRAGEM: Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Michael Correia e Silbert Faria Sisquim (trio do RJ).
DATA E HORA: às 16h30min de sábado.
LOCAL: Ressacada, em Florianópolis.
Confira a tabela da Série B do Brasileiro 2018