Avaí e Figueirense protagonizam mais um clássico neste domingo. De cada lado, dois personagens fazem um duelo à parte. Pelo Leão, o técnico Mauro Ovelha. Do lado alvinegro, o goleiro Wilson.

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O estreante

Quem não conhece o técnico Mauro Ovelha fica com a impressão de que ele é um sujeito bravo, de poucas palavras. É o seu jeito de comandar as equipes que tem dado bons resultados.

Neste domingo, na Ressacada, Ovelha fará a sua estreia em clássicos. Nada que assuste o exigente treinador. Contratado pelo Avaí no final do ano passado, após a queda para a Série B do Brasileiro, Ovelha assumiu o clube com a missão de resgatar o orgulho ferido dos avaianos. Aos poucos, sem muito alarde, conseguiu isso. Hoje, o Leão lidera o Catarinense e, se ganhar o clássico, dará um importante passo para ganhar o título do turno. Mas o treinador é cauteloso e não quer saber de oba-oba.

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– No clássico, não importa muito quem está na frente, quem está em um melhor momento. No ano passado, o Avaí disputou o clássico rebaixado para a Série B e o Figueirense tentando a vaga na Libertadores. Empatamos o jogo e poderíamos ter vencido. É dessa forma que a gente vai encarar a partida deste domingo. A tabela está aberta e muita coisa pode acontecer – ressalta.

O técnico avaiano tem razão. Conhece bem a força do oponente e sabe como tirar proveito da situação. Basta conferir o retrospecto. Quando treinador de Atlético-Ib, Metropolitano, Joinville, Marcílio Dias e Chapecoense, ele enfrentou o Alvinegro 13 vezes. Acumulou quatro vitórias, cinco empates e quatro derrotas e, de cada partida, tirou uma lição.

– São situações distintas. Na época, eu treinava outras equipes. Jogar um clássico sendo treinador do Avaí é muito diferente. Isto tem que ser respeitado. Por isso, eu encaro o clássico com muita responsabilidade – diz.

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O experiente

Se tem um jogador que conhece bem o significado do clássico entre Avaí e Figueirense é o goleiro Wilson. E não é porque ele é o capitão do time e ídolo da torcida alvinegra.

Wilson tem história no Figueirense e no maior clássico de Santa Catarina. Estreou pelo Furacão justamente em um jogo contra o Avaí, no dia 14 de fevereiro de 2007, no Orlando Scarpelli, e venceu o rival por 3 a 0. História que ele espera repetir neste domingo, na Ressacada, palco onde ele jamais perdeu.

– Eu gosto de jogar na Ressacada, nunca perdi e espero continuar invicto – avisa Wilson, que fez seis clássicos no campo inimigo e obteve duas vitórias e quatro empates.

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Para manter essa performance, o goleiro afirma não ter uma receita pronta. O que Wilson valoriza, e muito, é a entrega dentro de campo, um companheiro ajudando o outro, sem vaidades. Por isso, toda vez que tem clássico, Wilson procura mostrar aos “novatos” o quão importante é e como os torcedores valorizam o confronto.

– Às vezes, os jogadores que vêm de fora pensam que um Figueirense x Avaí não chega nem perto de um Fla-Flu ou um Gre-Nal. Eles não têm noção do que envolve o clássico. É uma decisão à parte – ressalta.

Em cinco anos de clube, Wilson já disputou 13 clássicos e o retrospecto é positivo. Perdeu apenas três vezes, todas no Scarpelli. Nas outras 10 partidas, conseguiu sete empates e três vitórias. Aos 28 anos, o goleiro está motivado e prestes a romper a barreira dos 300 jogos com a camisa do Figueirense.

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– É difícil um jogador ter números tão expressivos em um clube. Estou muito feliz e espero bater muitos recordes ainda.