Clademir conta algumas das estratégias dos adversários para abalar o JEC de 1984

O que fazer para bater um time que venceu os últimos seis campeonatos estaduais e parece cada vez mais invencível? Esta era a pergunta que as outras equipes faziam antes de encarar o hexacampeão Joinville no ano de 1984. Na dificuldade para achar uma resposta, valia de tudo. Tudo mesmo. Até jogar pó de mico no vestiário do Tricolor para atrapalhar o aquecimento dos jogadores.

– Era uma decisão de taça contra o Figueirense. Então, jogaram pó de mico no nosso vestiário – conta Clademir, lateral vencedor naquele ano.

Mas não foi só o Alvinegro da Capital que tentou algo diferente para frear os atletas tricolores. O Criciúma apelou para a sorte na época. Como recorda Clademir, o Tigre chegou a mudar a cor da camisa.

– Eles tentaram mudar a cor da camisa, contratavam ex-jogadores do JEC. Nada funcionava – ri.

Clademir não era só um lateral-esquerdo, posição na qual ganhou o título de melhor no Estadual de 1981, quando jogava no Internacional de Lages. Ele também era lateral-direito. Gostava de jogar nas duas. Se o treinador precisasse, lá estava o Tronco, apelido que ganhou por causa da sua força defensiva.

Para Clademir, a falta de vaidade era justamente um dos motivos para o JEC ter se tornado um time vencedor.

De todos os títulos que venceu com a camisa do Tricolor, o de 1984 foi, provavelmente, o que mais marcou a história do ex-lateral. Naquele ano, seu pai, que morava no Rio Grande do Sul, faleceu justamente no dia de uma decisão contra o Avaí. Para não abalar o espírito do jogador, a diretoria do JEC contou para ele apenas após a partida.

– Mas eu acho que fizeram o certo. Eu não teria condições de jogar. Além disso, quando cheguei em Joinville, o clube me disponibilizou um carro para ir até Passo Fundo – diz.

Apesar de o Joinville ter sido derrotado na disputa daquela taça, Clademir voltou para o quadrangular final disposto a levar o JEC ao título. E assim foi. Com uma campanha invicta nos seis jogos finais, o Tricolor voltou a brilhar.