A falta de anestesistas no Hospital Municipal São José estaria refletindo em demora e cancelamentos também de cirurgias de urgências, além de procedimentos eletivos já reduzidos, segundo reclamações de pacientes nos últimos dias.
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A direção diz que urgências e emergências continuam tendo prioridade e estão sendo atendidas por um grupo reduzido de profissionais, mas admite que a situação está se tornando crítica e que busca solução para a próxima semana.
O problema começou após inquérito do Ministério Público Federal que descobriu, em março, a existência de 27 anestesistas que trabalhavam sem nenhum tipo de contrato no hospital, o que configura irregularidade. Com o impedimento destes médicos de trabalharem, a equipe ficou reduzida a 18 anestesistas concursados e cirurgias eletivas foram canceladas por falta de profissionais.
Pacientes que estão no corredor passaram a reclamar, nos últimos dias, que têm recebido como resposta para a demora em cirurgias que a falta de anestesistas também estaria afetando o pronto-socorro.
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O diretor do hospital, Marcos Krelling, que assumiu há poucos dias, diz reconhecer que há dificuldades, mas que cirurgias de urgências e emergências continuam sendo atendidas pela equipe de 18 concursados e que o hospital, Secretaria Municipal de Saúde e Procuradoria-geral do Município estão em busca de solução com o MPF.
Saída passa por TAC
A solução passa por um termo de ajustamento de conduta em que a Prefeitura se compromete a abrir concurso público para contratação de anestesistas concursados, segundo o secretário municipal de Saúde, Armando Dias. Como o processo é complexo e pode levar meses, porém, o TAC permitiria a contratação emergencial de anestesistas até lá.
– Temos de nos comprometer em fazer o concurso para podermos contratar emergencialmente. Estamos tentando trabalhar para isto, mas não é de um dia para o outro que se firma o TAC -, diz o secretário.
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A secretaria diz ter solicitado para esta sexta-feira reunião com o procurador do MPF em Joinville, Davy Lincoln. A assessoria do procurador informou que em função dele ter sido convocado a participar de um procedimento de averiguação do serviço do MPF no Paraná, a reunião deve ser agendada para a semana que vem. Ele estará de volta à cidade na segunda-feira.
Enquanto não for firmado o TAC, a direção do hospital reconhece que novas queixas podem ocorrer pelo fato de os anestesistas concursados estarem com alta demanda de trabalho.