As cirurgias eletivas, aquelas que são agendadas com antecedência, programadas para o Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, foram suspensas até quarta-feira. Pacientes que estão em casa à espera de uma operação nas especialidades de ortopedia, urologia e neurocirurgia precisam de paciência e de sorte.

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A direção do HCR resolveu atender nesta semana apenas a demanda reprimida na emergência e nos leitos do hospital.

Assim, somente quem está sofrendo dentro da unidade hospital ou chegar em estado de emergência será operado nesta semana. Aos 81 anos, o aposentado Evaristo Pedro Neis não tem tempo para esperar. Há um ano ele descobriu um câncer na próstata e espera pela cirurgia de urgência.

– Já fui internado duas vezes e cancelaram tudo no momento do procedimento. Não consigo andar até o portão de casa, pela dores nas pernas. Gostaria de viver por mais um tempo, mas tenho receio pela demora no atendimento – comentou o aposentado.

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O medo da família de Evaristo é que a doença se espalhe para outros órgãos. Ela passa os dias sentado na porta de casa à espera de um telefonema do hospital.

– Na última vez fiquei um dia inteiro no hospital sem comer, porque estava de jejum. Pior é ter que passar ao lado do hospital de Biguaçu que nunca fica pronto – contou o morador do bairro Santa Catarina, em Biguaçu.

O Hospital Celso Ramos é referência nas especialidades de urologia, ortopedia e neurocirurgia no Estado. A reportagem apurou que a fila por uma cirurgia eletiva ultrapassa 1,1 mil pessoas.

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Adiamentos acontecem com frequência

O Hospital Celso Ramos tem seis salas cirúrgicas. Quando as cirurgias eletivas são desmarcadas, profissionais de algumas especialidades ficam de braços cruzados. Isso é porque não existem emergências de todas as especialidades ao mesmo tempo. A falta de planejamento é a responsável pela demanda reprimida.

– O adiamento das cirurgias eletivas vêm acontecendo com frequência, mas a direção suspendia apenas o atendimento em duas ou três salas. Nesta semana resolveram suspender as cirurgias em todas as salas – contou um funcionário da área de saúde, que prefere não ser identificado.

Ele relatou que no mês passado operações foram adiadas porque não havia papel TNT para embrulhar o material cirúrgico. Em outra oportunidade, o gerador apresentou um problema e o reserva estava quebrado.

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Atendimento volta ao normal na quinta-feira

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou através da direção do Hospital Celso Ramos que as cirurgias eletivas foram adiadas pela superlotação da unidade. A direção priorizou os pacientes internados através da emergência.

Ontem, segundo a assessoria imprensa, 20 cirurgias foram realizadas. A programação é que hoje sejam feitas de 20 a 30 cirurgias, a mesma programação para amanhã. A atendimento volta ao normal nesta quinta-feira. A assessoria também afirmou que a ordem não será alterada pelos adiamentos. A reportagem apurou que o atendimento na quinta e sexta-feira será feita através de rodízio por especialidade.

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