Quando as pessoas procuram o cirurgião plástico americano Oliver Zong, elas não estão pensando em remover gordura da barriga ou coxas. Segundo o programa Good Morning America, da rede ABC News, Zong é especialista em cirurgia para emagrecer os dedos de pessoas gordas – procedimento que virou febre nos Estados Unidos.
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A operação custa em torno de 2,5 mil dólares e tem como objetivo combater uma condição física cunhada como toe-besity (trocadilho em inglês que une as palavras dedo do pé e obesidade).
Segundo Zong, as primeiras intervenções eram destinadas à retirada de gordura dos pés. Hoje, as pessoas pedem também a diminuição da largura dos dedos. Para isso, o médico raspa gordura e até osso. Zong compara as cirurgias a qualquer outro procedimento estético.
– Atendo pessoas muito envergonhadas com a sua condição física. Depois da intervenção, elas ganham autoestima e se sentem mais confiantes – disse ele, ao Good Morning America.
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Mas entidades médicas e muitos podólogos americanos criticam a operação. Para a Associação Americana de Podiatria (especialidade médica dedica aos pés e inexistente no Brasil), o procedimento, que é realizado inclusive em crianças, só se justifica se o paciente tiver muita dor no pé.
– É inconcebível se submeter a riscos cirúrgicos por pura vaidade. Você pode terminar com um grave trauma no pé – defende o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
O médico explica que procedimentos cirúrgicos no pé e no tornozelo são geralmente feitos para alívio da dor, restauração da função e reconstrução de deformidades.
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– Eles podem ter o benefício adicional de uma melhor aparência, mas não devem ser realizados para esse fim especificamente – opina Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.