A retirada dos seios como prevenção ao câncer, como fez a atriz Angelina Jolie, é indicada para poucos casos no Brasil. O mastologista e professor da Universidade do Vale do Itajaí Jorge Roberto Rebello expõe que o procedimento é feito quando a paciente teve um tipo de câncer em uma das mamas que pode ser diagnosticado na outra mama.
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Outra indicação de cirurgia é para pacientes que tiveram alguns parentes com câncer de mama ou nos ovários. Nesses casos, como o da atriz Angelina, é realizado um exame para se detectar se há, na herança genética, genes que representem o aumento do risco da doença. Além dos custos para o exame, há outros limitadores para a cirurgia.
– Se a paciente não tem a doença, é mais difícil se indicar a retirada porque essa cirurgia não zera o risco de desenvolver a doença. O percentual de complicação também é alto, em torno de 20% – relata o médico.
Pelos resquícios de tecido mamário mesmo após a cirurgia, Angelina Jolie não está, então, totalmente livre de ter um câncer de mama. O especialista relata ainda que a maior parte dos pacientes não desenvolve câncer de mama ou ovários por fatores genéticos e sim por fatores casuais. Isso não justificaria então, a realização das cirurgias.
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Para a mastologista Tânia Souza Machado Silva, até quem tem casos de câncer na família deve considerar as consequências antes de passar pelo procedimento cirúrgico de redução de riscos.
– É uma ação agressiva. A pessoa precisa saber se o que a leva à cirurgia é só o psicológico, o medo de ter à doença, ou a realidade, com verdadeiros riscos de se desenvolver o câncer – afirma.