Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o que chamou de “polarização odienta” protagonizada por seus dois principais rivais na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), em sabatina nesta terça-feira (23) ao Jornal Nacional, que ainda está ocorrendo.

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Ciro foi o segundo entrevistado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. Na segunda-feira (22), o JN sabatinou Bolsonaro, que mentiu sobre STF e pandemia e impôs condições para aceitar os resultados das eleições.

Ciro afirmou não ter ajudado a construir “essa polarização odienta” e disse que os rivais estão tentando repetir “uma espécie de 2018”.

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No entanto, admitiu “reavaliar” seu discurso duro contra os adversários.

Pouco antes do início da sabatina, o presidenciável já dava a tônica de como seria a entrevista. Em vídeo postado em uma rede social, afirmou que faria um esforço para que “essa campanha não seja resolvida de véspera, como quer o sistemão, obrigando você a escolher entre o coisa ruim e o coisa pior.”

— Repetir as coisas do passado e esperar resultado diferente é a Teoria da Insanidade, como dizia o [físico Albert] Einstein — disse.

Ciro está estacionado em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada em 18 de agosto, o pedetista aparecia com 7%.

Para o pedetista, a visibilidade do JN ganha ainda mais relevância por conta da desvantagem no tempo de propaganda eleitoral em relação aos dois líderes da disputa. Ciro terá 52 segundos, contra 3 minutos e 39 segundos em cada bloco de Lula e 2 minutos e 38 segundos de Bolsonaro.

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Desde que foi lançado pelo PDT à Presidência, em 20 de julho, Ciro tem igualado Lula e Bolsonaro em seus ataques e costuma dizer que o “lulismo pariu Bolsonaro”. Na avaliação do pedetista, caso qualquer um dos dois primeiros colocados vença as eleições, o país continuará dividido e suscetível a ódio e violência política.

Entrevista em 2018

Em 2018, o Jornal Nacional também fez entrevistas com os candidatos. Na época marcada pela polarização, Ciro Gomes afirmou que jamais se apresentou como alguém capaz de unir a esquerda do país e que seria o candidato do nacional desenvolvimento. 

Na ocasião, falou especificamente sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e julgou que o petista “não é santo nem satanás”. O candidato também criticou a ex-presidente Dilma Rousseff e seus mandatos, principalmente com relação à economia.

Outro tema durante a entrevista foi a reforma trabalhista, que foi chamada de “selvageria” por Ciro Gomes. Ele afirmou que era favorável a uma reforma, mas que a mudança deveria respeitar o trabalhador.

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Ele defendeu a formação da chapa do partido, composta com a então senadora Kátia Abreu como candidata à vice. A relação de Abreu junto aos setores produtivos foi uma das justificativas para a escolha na época.

No final da entrevista de 2018, sem citar o nome de partidos, o candidato sugeriu que está “virando religião” o apoio a alguns candidatos.

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Entrevistas terão duração de 40 minutos

Com duração prevista de 40 minutos, as entrevistas serão transmitidas ao vivo pela TV Globo, pelo Globoplay e pelo g1 direto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. O cenário manterá a linguagem e a identidade visual do ‘Jornal Nacional’ na movimentação das câmeras e nos elementos gráficos e cenográficos.

Foram convidados os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Instituto Datafolha em 28 de julho. Com a retirada da candidatura de André Janones (Avante) e com o consentimento dos representantes de todos os partidos, a entrevista de Ciro Gomes foi antecipada em um dia, para garantir que todas sejam exibidas na mesma faixa horária, já que às quartas-feiras, por conta do futebol, o ‘Jornal Nacional’ vai ao ar mais cedo. A ordem das entrevistas é a mesma que foi sorteada em 1º de agosto, sem prejuízo aos demais candidatos.

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Confira as entrevistas no JN:

Entrevista de Jair Bolsonaro (PL)

Entrevista de Lula (PT)

Entrevista de Simone Tebet (MDB)

*Com reportagem de Danielle Brant e Mariana Zyberkan

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