O aparecimento de círculos em lavouras de trigo do Oeste pelo quinto ano consecutivo acabou virando caso de polícia. A dona da área onde os chamados agroglifos foram encontrados, Liana Faccio, registrou boletim de ocorrência na delegacia de Ipuaçu. Para ela, o que danificou seu trigo não tem nada de extraterreno, e foi causado por terráqueos, dos quais ela vai buscar indenização.
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Ela até contratou um vigia para evitar que curiosos aumentassem ainda mais os danos à sua lavoura de trigo. Vilson Cunico está ganhando R$ 50 a R$ 60 por dia para cuidar da lavoura. Às vezes, ele precisa do reforço de Dercílio Bernardes, que trabalha para a família Faccio. Bernardes tem que deixar de cuidar da lavoura para virar vigia.
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Sobre os cerca de 30 círculos, que ocupam aproximadamente meio campo de futebol, Cunico é categórico:
– Não tem grande coisa, é só trigo amassado.
Na segunda-feira, o delegado da comarca de Abelardo Luz, João Luiz Miotto, e o investigador Renan Gatti estiveram no local. E apesar de algumas pessoas ainda ficarem assustadas e até pensando em extraterrestres, os policiais não têm dúvida.
– É uma brincadeira de mau gosto – afirmou Miotto.
– É coisa de desocupados – completou Gatti.
Eles afirmam que os responsáveis pelo dano na lavoura serão identificados e punidos. No local, eles viram sinais de que, no meio dos círculos, há diferença na textura, mostrando que o local serviu de base para amassar o trigo, provavelmente com corda e tábua.
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Já foram feito círculos também em Ouro Verde, Bom Jesus e Xanxerê, cidades vizinhas a Ipuaçu. Em todos os casos, são feitos em lavouras de trigo, onde as marcas ficam melhor desenhadas. Além disso, o vandalismo ocorre nos finais de semana ou feriados, quando as famílias que trabalham de sol a sol, a semana inteira, aproveitam para descansar e passear. Ou seja, esses ETs são mesmo do Oeste.

Entrevista: “Isso é vandalismo”, afirma Liana Faccio, dona das terras
A proprietária da lavoura onde apareceram os círculos, Liana Faccio, passou o final de semana tentando evitar que curiosos aumentassem o estrago na lavoura de trigo. Ela tem convicção de que tudo não passa da ação de seres humanos e quer ser indenizada por isso.
Diário Catarinense – Como vocês ficaram sabendo dos círculos?
Liana Faccio – Alguém viu e falou para um funcionário meu, que veio me contar.
DC – Qual sua avaliação sobre o que aconteceu?
Liana – Isso é vandalismo. Foi alguém que quer aparecer. É perda de tempo. Não tem graça, ficam estragando a propriedade dos outros. Nesse final de semana fiz voltar mais de 50 pessoas que queriam ir no local. Até um carro entrou no trigo. Não sabem que é propriedade particular?
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DC – Que medidas você tomou?
Liana – Fiz boletim de ocorrência, coloquei um vigia e passei um produto para secar mais rápido a lavoura e colher antes. Não vou deixar isso aqui até o final de semana, senão vira um circo. Já veio gente de Concórdia, Galvão, só para ver os círculos.
DC – Qual o prejuízo que você teve?
Liana – Deve passar dos R$ 1 mil, pois já perdi umas 30 sacas, ao preço de R$ 37 cada, pois era um trigo que seria para fazer semente.
DC – Você vai pedir indenização?
Liana – Vou cobrar tudo o que eu tiver direito.