Dentro de um picadeiro é comum encontrar diferentes habilidades e talentos, mas dificilmente algum concentra essas características nas mesmas 35 pessoas como faz o Circo de Moscou no Gelo, que se apresenta nesta quarta-feira à noite em Joinville, no Centreventos Cau Hansen.

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O grupo tem malabaristas, equilibristas, palhaços e dançarinos, como qualquer outro circo, mas estes fazem tudo isso em cima de patins, alguns deles com até 11 centímetros de altura. Vindos da Rússia para uma turnê especial pelo Brasil, os artistas do Circo de Moscou já estão na cidade – então não se espante se encontrar uma turma conversando em russo pelas ruas de Joinville.

– Já passamos por São Paulo e agora chegamos em Joinville. Estamos muito impressionados, é tudo novo e diferente. O Brasil tem uma cara jovem e iluminada e nos criaram um ambiente caloroso e amigável aqui – conta a diretora da companhia Natalia Abramova, com a experiência de quem já viajou por 38 países fazendo turnês com o circo.

Segundo ela, estas experiências contribuem para o processo de criação dos números apresentados.

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– Todo país que conhecemos é uma coisa a mais que você aprende e pode usar nas apresentações – avalia ela.

Natalia é a responsável pela continuidade do Circo de Moscou no Gelo, criado em 1962 por Arnold Gregoryevich. O diretor artístico uniu arte circense, patinação artística e balé clássico para montar a companhia, que ainda surpreende o público pela perfeição da técnica. Mas encontrar artistas que consigam apresentar as três habilidades não é tão fácil.

– Em primeiro lugar, fazemos as audições e nossa prioridade são pessoas que saibam patinar. É claro, podemos pegar um artista, como um bom malabarista, e ensiná-lo a patinar. Sempre é difícil encontrar pessoas com todas as habilidades e tenham também preparo físico e psicológico – afirma Natalia.

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O filho dela, Kirill Abramova, é atualmente o integrante mais velho do grupo: tem 35 anos. Isso porque, diferente dos circos tradicionais, no Circo de Moscou no Gelo, o elenco é formado por pessoas bem jovens e são raros os casos como os de Kirill e Natalia, em que a segunda geração segue os passos dos pais.

– No circo tradicional, o normal é a dinastia, porque as famílias estão sempre juntas. Aqui temos cinco casais – um deles com uma filha pequena – mas como viajamos muito, é difícil ter famílias no grupo – conta a diretora.

Apesar de estarem em Joinville desde ontem, o grupo aproveitará para se concentrar e ensaiar – e fazer um pouco de turismo nas poucas horas vagas. Na quarta, eles apresentam um espetáculo em dois atos, com 17 números de ballet acrobático, trapézio, cordas suspensas, malabares e sobre rodas.

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