Era para ter passado discretamente, mas houve uma grande discussão entre os vereadores de Jaraguá do Sul antes da aprovação da resolução que autoriza Arlindo Rincos (PSD) e um assessor a participarem de um congresso sobre eficiência política e administrativa e rotinas de final de mandato em Curitiba. Considerando inscrições, diárias e alimentação, o custo para quatro dias de curso será de aproximadamente R$ 3.500. Eugênio Juraszek (PP) pediu a palavra para se mostrar contrário à despesa. “Olha a dificuldade econômica que estamos passando. É final de mandato, fazer curso agora para quê?”, argumentou. A partir daí, o grupo de oposição iniciou o contra-ataque.

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Resumo da discussão

Eugênio Juraszek sugeriu que a mesa diretora proponente da despesa com o curso reavaliasse a proposta. O presidente José Ozório de Ávila (PSC), o Zé da Farmácia, respondeu que eram os vereadores quem deveriam avaliar. Juraszek retrucou levando para outro lado: “Tanto que os projetos estão todos atrasados e você nem sabe o que está atrasado aqui dentro”. Ávila sugeriu que Juraszek consultasse o setor jurídico. “A gente consultou, o senhor nem sabia”, retrucou. Arlindo foi então à tribuna e mostrou indignação com o tamanho que o assunto tinha tomado. “Como professor, busco sempre me capacitar, buscar conhecimento e saber o que estou fazendo”, defendeu. Classificou a manifestação contrária como demagogia. “O (Poder) Executivo gastou R$ 1 milhão em mídia num ano e ninguém fala nada”, disse Arlindo. Jair Pedri (PSD) disse que reeleitos (caso de Juraszek e Rincos) precisam se capacitar e afirmou que não faria sentido gastar com quem está saindo. Zé da Farmácia disparou ainda que Juraszek foi quem ficou bravo porque o presidente da casa não quis pagar café da manhã para o assessor do pepista em viagem. Jeferson de Oliveira (PSD) e Jocimar de Lima (PSDC) também defenderam Arlindo. Ao final, o projeto foi aprovado por seis votos a cinco. Além de Juraszek, foram contra Natália Petry (PMDB), Hideraldo Colle (PMDB), Ademar Winter (PSDB) e Amarildo Sarti (PSDB).

Relatório lido

Jeferson de Oliveira, presidente da comissão processante que apura a cassação do mandato de José Ozório de Ávila, leu na sessão desta quinta o parecer do relator da comissão, Arlindo Rincos. Jeferson anunciou o que já era de conhecimento de todos: a comissão continua o processo. O alvo ouviu, mas não fez comentários e continuou no comando da sessão.

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Crédito para a Saúde

Ainda nesta sessão tumultuada e mais longa que o habitual (mais de uma hora), foi aprovado um crédito adicional de R$ 260 mil ao orçamento vigente da Prefeitura. Segundo o secretário da Saúde, Dalton Fischer, o recurso será usado para custear despesas dos hospitais. “O valor ajuda, mas, infelizmente, ainda temos R$ 6,5 milhões atrasados do Estado”, pondera.

“Nada inteligente e desumana”

Após a aprovação do repasse para a Saúde, Jair Pedri pediu a palavra. O vereador, derrotado na eleição à Prefeitura, leu trecho da justificativa que dizia que eram necessários mais recursos porque alguns moradores migraram de planos privados para o SUS. Jair associou esse crescimento na demanda com o corte na entrega de remédios gratuitamente na Farmácia Básica para quem tem receita de plano ou de médico privado. Classificou que a atitude tomada em março pelo prefeito Dieter Janssen foi “nada inteligente e desumana”.