Para Antídio Lunelli, Jaraguá do Sul nunca viveu “uma situação tão calamitosa quanto esta”. O prefeito se refere à situação financeira, que, segundo ele, poderia levar à falência do setor público municipal. Esse temor fez com que a Prefeitura elaborasse um pacote de medidas para buscar o equilíbrio financeiro. Entre os projetos que serão encaminhados à Câmara de Vereadores estão o de pregão eletrônico, revisão de contratos, manutenção do horário reduzido, ponto eletrônico integrado, sistema de TI integrado, leilão de móveis e imóveis (que ainda estão sendo mapeados), concessões públicas, redução de cargos contratados no esporte e na cultura (aqui entra o Projeto Bolsa-técnico, que já foi aprovado e muda a contratação de técnicos, que antes eram comissionados e passaram a ser selecionados em edital), criação de almoxarifado central e de redução no orçamento das secretarias. A Prefeitura se comprometeu a explicar as medidas com mais detalhes.

Continua depois da publicidade

“Pacote de maldades”

O sindicato dos servidores (Sinsep) já reagiu ao anúncio do pacote. Entre as medidas que provocaram a revolta da categoria estão o corte no adicional de pós-graduação e o não recolhimento do FGTS dos ACTs, corte na progressão funcional do servidor efetivo, extinção do auxílio-refeição no período de férias, redução de 40% no auxílio-refeição para funcionários com salários entre R$ 2 mil e R$ 4 mil e corte total do benefício para os que ganham mais de R$ 4 mil. Além disso, está prevista redução de 1% ao ano nos triênios. “Quando a crise econômica aperta, historicamente, é o trabalhador quem paga a conta”, criticou o presidente do Sinsep, Luiz Schorner. Para o sindicato, as medidas representam um “pacote de maldades”.

Leia as últimas notícias de Jaraguá do Sul e região.

Confira outras colunas de Cinthia Raasch.

Continua depois da publicidade

Os números

O pacote de ajustes foi apresentado aos vereadores e aos servidores nesta terça-feira. O secretário de Administração, Argos Burgardt, explicou que dos quase R$ 700 milhões previstos para este ano, R$ 185 milhões são do Samae e Issem, R$ 211 milhões são de recursos vinculados e R$ 302 milhões são de recursos próprios – que podem ser utilizados pela Administração. A Prefeitura prevê uma redução superior a 2% na receita projetada para 2017. Além disso, ficaram quase R$ 25 milhões de déficit de 2016. As despesas de folha de pagamento e encargos devem absorver R$ 238 milhões. Segundo o secretário, se nada for feito, os serviços essenciais podem ser comprometidos.

Eleitores precisam se recadastrar

Desta vez é obrigatório: todos os eleitores de Jaraguá do Sul precisam fazer o cadastro biométrico. Mais de cem mil eleitores têm que procurar o cartório eleitoral no município para registrar as digitais e emitir o novo título. O prazo vai até o fim de novembro. Segundo o chefe do cartório, Eduardo Arbigaus, quem não fizer terá o título cancelado. Em princípio, a Justiça Eleitoral não tem previsão de estender o prazo de recadastro para o ano que vem.

Reforço para dar conta

Como o movimento dos eleitores deve aumentar ao longo do ano, os juízes eleitorais Anna Finke Suszek e Ezequiel Schlemper se reuniram nesta terça-feira com o prefeito Antídio Lunelli para requisitar 14 estagiários. Se os eleitores jaraguaenses forem como os de Joinville, muita gente vai deixar o recadastro para a última hora.