Se nada for feito, o secretário de Administração, Argos Burgardt, estima que o caixa da Prefeitura de Jaraguá do Sul feche o ano com déficit de R$ 62 milhões. Esse valor seria composto por R$ 37 milhões de despesas fixas (considerando os mesmo valores de 2016) e R$ 25 milhões que ficaram de dívidas da gestão anterior. Assim, foi dada a largada a uns dez projetos de lei para enxugar e remanejar despesas e aumentar a receita. Mas a popularidade deles não está em alta. Ontem, até faltou espaço na Câmara de Vereadores para tantos servidores que foram pressionar o Legislativo. Da calçada até o plenário, não era possível se mexer. Mesmo quem ficou do lado de fora, embaixo de chuva, não arredou o pé. Os servidores se posicionaram contra os projetos que preveem redução de benefícios da categoria. Aliás, o funcionalismo não está nada contente com Antídio Lunelli desde que o prefeito declarou que há servidores se escondendo para não trabalhar.
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Sem polêmicas na pauta
Além dos servidores, a Câmara também foi tomada por representantes da área cultural que cobravam a manutenção dos recursos do Fundo Municipal de Cultura. Apesar de todo o público, nenhum dos projetos mais efervescentes foi a votação. O da cultura ainda está no setor jurídico. Sobre os que mexeriam com os servidores, ninguém informou. Ademar Winter usou a palavra livre para se colocar ao lado dos servidores e arrancou aplausos.
O que mudaria para os servidores
Entre as medidas mais polêmicas, está a redução no vale-refeição. Hoje, todos os servidores recebem R$ 462 por mês. Se o projeto passar, quem tem salário entre R$ 2 mil e R$ 4 mil teria desconto de 40%. Já quem ganha mais de R$ 4 mil não teria mais o auxílio. O benefício também não seria mais pago para ninguém durante o período de férias. Além disso, o projeto prevê corte no adicional de pós-graduação e o não recolhimento do FGTS dos ACTs, corte na progressão funcional do servidor efetivo e redução de 1% ao ano nos triênios. Com todas essas ações, a economia seria de aproximadamente R$ 20 milhões em um ano.
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Estado de greve
O projeto de cortes levou os servidores a entrar em estado de greve. Hoje deve haver manifestações na Prefeitura. Se não houver recuo da proposta, na próxima quarta-feira, dia 1º, a categoria vota se iniciará uma paralisação. Os servidores também iniciaram a campanha em busca de reajuste. A reivindicação é por 8,5%. Desse valor, 1% representaria o ganho real. O restante seria a inflação acumulada de abril até março (índice ainda a ser fechado) e 2,72% que seriam de perdas que ficaram da negociação passada. O secretário de Administração já disse que não pode autorizar nem meio por cento.
Menos planos de saúde
Em Guaramirim, quase 11% das pessoas com planos de saúde perderam o benefício em dois anos. De dezembro de 2014 a dezembro de 2016, houve mais de 1.200 cortes. Assim como em Jaraguá, até 2014, o número vinha sempre crescendo. Só que em Jaraguá, a redução de beneficiários ficou em 3,7%. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).