A apresentação e a discussão do Plano de Transporte e Mobilidade de Jaraguá do Sul nesta segunda-feira à noite é um momento importante para o município por duas razões principais. A mais urgente é que agora Jaraguá tem em mãos o subsídio que precisava para licitar o transporte coletivo, cujo contrato atual vence no dia 6 de agosto. E a outra é que, a partir do estudo, o município passa a ter base para planejar todas as mudanças necessárias para melhorar os deslocamentos, seja a pé, de bicicleta, ônibus, carro, táxi ou de transporte de mercadorias. O plano, que é uma exigência legal, foi realizado pela Urbtec, de Curitiba, ao custo de quase R$ 400 mil. O estudo começou a ser realizado em 2014 e teve atraso de oito meses para conclusão porque a empresa solicitou dados da Rumo-ALL e da concessionária do transporte coletivo. A audiência pública será às 18h30, no Centro Empresarial. Abaixo, está parte do diagnóstico do levantamento.

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Preferência por carros

Os dados do estudo apontam que em Jaraguá 46% dos deslocamentos são por veículos particulares; 24%, a pé; 19%, de transporte coletivo; e 11%, de bicicleta. Segundo a conclusão do plano, a divisão entre os modais conserva os padrões das cidades brasileiras. Destaque para um ponto positivo: o uso das bicicletas. Em outras cidades, esse modo de deslocamento chega a apenas 5%. Já o uso dos ônibus está abaixo do esperado. O mínimo almejado varia entre 30% e 40%.

Transporte coletivo

Hoje, Jaraguá tem 23 linhas de ônibus, com mais de 300 itinerários. O plano aponta que essa diferença causa dificuldade do usuário em entender as informações. O estudo indica que o número de linhas coincida com a quantidade de itinerários. O levantamento, feito com base em questionários, simulações e observações, também aponta as linhas mais usadas, os horários críticos, os gargalos do trânsito e detalha o modelo para cálculo da tarifa.

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Deslocamentos a pé

O estudo concluiu que o tráfego de pedestres é dificultado pelos obstáculos no caminho e pela largura das calçadas, que, em geral, não atendem à largura de 1,9 m exigida pela ABNT. A falta de arborização e a ausência de mobiliário urbano também são fatores que tornam a opção de ir a pé pouco atrativa. A Urbtec destaca que uma melhor condição de caminhabilidade pode levar ao aumento do uso do transporte coletivo.

Bicicletas

Hoje, Jaraguá tem 6 km de ciclovias e 40 km de ciclofaixas. A análise constatou que as rotas são descontinuadas e insatisfatórias para conduzir os usuários aos locais de lazer, escolas e indústrias. Porém, quando a Prefeitura implantar mais 8 km de ciclovia e quase 48 de cicloflaixas – já projetados – os caminhos devem ser conectados.

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Faltam táxis

Os táxis são usados em apenas 1% das viagens diárias em Jaraguá. A cidade tem 58 carros, divididos em 22 pontos. A relação média é de um táxi para 2.762 jaraguaenses. Em outras cidades do Sul do Brasil com características similares, as pesquisas apontaram a relação de um táxi para 1.381 habitantes. O estudo aponta déficit entre 49 e 58 veículos.

Acessibilidade

O estudo constatou que, de modo geral, os passeios não atendem às condições de acessibilidade porque a largura das faixas de circulação é inferior a 1,2 m e pela falta de rampas. Sobre o transporte coletivo, todos os ônibus têm adaptações internas, mas 57% deles não têm a plataforma elevatória veicular.

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Obras e obstáculos

A pesquisa mostra dois fatores que interferem na fluidez do tráfego: a linha férrea que cruza a cidade e os dois rios que dividem Jaraguá. Como solução, o plano sugere propostas como binários, anéis viários de deslocamento e proibições de conversões à esquerda. O estudo aponta que as vias que têm os maiores problemas na relação volume de tráfego e capacidade são a rua José Theodoro Ribeiro, avenida Prefeito Waldemar Grubba, rua Walter Marquardt, rua Roberto Ziemann e a ponte na rua Carlos Eggert.

Convênio de trânsito

O prefeito Dieter Janssen se reúne hoje com o secretário de Segurança Pública, César Grubba, para discutir a possibilidade de uma fatia maior para a Prefeitura de Jaraguá no convênio de trânsito. Hoje, 50% da parte rateada ficam com o município e os outros 50% são divididos entre Polícia Militar e Polícia Civil. A justificativa para pedir a revisão é que as despesas com o sistema ficam acima do valor recebido.