Cineasta participará amanhã de debate na 12ª Mostra de Cinema Infantil. O filme La educación prohibida questiona o modelo utilizado pelas escolas latino-americanas.
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Diário Catarinense – De onde veio a ideia de fazer um documentário para questionar o modelo vigente de educação na América Latina?
German Doin – Eu penso, desde a adolescência, que a educação é uma parte importante do desenvolvimento de uma sociedade, e considero que o sistema social dos opressores/oprimidos, o consumismo, a falta de valores, foi estreitamente relacionado com o modelo educacional dominante. Achei interessante olhar para as pessoas e organizações que têm explorado alternativas com base nessa avaliação. Como cineasta, quando tive a oportunidade de começar um projeto, não hesitei em fazê-lo independente e sobre o assunto que mais me interessa: a educação.
DC – Qual a sua relação com a educação? É a primeira vez que você aborda o tema?
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Doin – Sim e não. Sim, porque é o meu primeiro grande projeto. Não, porque desde muito jovem, os meus interesses eram sempre relacionadas com a educação, a educação dos meus amigos, com a criação de meus irmãos, com a observação da educação dos outros. No colégio eu fiz pesquisas sobre o assunto, a universidade também me incentivou a escrever scripts educação não convencional. Foi claramente o tema que percorreu toda a minha formação.
DC – O filme foi assistido 8 milhões de vezes no YouTube. Você espera que ele provoque mudanças na educação a curto prazo?
Doin – Não, mas se pensamos o filme como um provocador de perguntas, reflexões, discussões, ele desperta interesse. Por essa razão, o filme pode ser visto e baixado gratuitamente, por isso, convidamos as pessoas a organizar suas próprias projeções livremente, pois a mudança educacional real não é gerada por um filme, ou um livro, é o que as comunidades de pessoas fazem com ele . Portanto, nosso filme é imperfeito, não está terminado.
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DC – Que lição você tira do documentário?
Doin – Que estamos todos aprendendo, e é melhor aprendermos juntos. Que não há coisa melhor do que poder encontrar com outros diferentes, trocar ideias e construir algo novo. Então, fizemos o filme e por isso estamos desenvolvendo projetos futuros. Os convido a conhecer Reevo, que será um projeto para construir uma Rede Social da Educação livre, aberta e colaborativa. No Brasil, está se formando uma equipe com bibliotecários, educadores e pesquisadores em educação para fazer uma versão em Português.