O mais desconfiado torcedor pode até dizer que é cedo prever o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, que isso traz azar e pode prejudicar. No entanto, a última exibição do Joinville diante do Ceará, na terça-feira, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, encheu os olhos de quem acompanha o desempenho diário do clube na missão de voltar à elite do futebol nacional.

Continua depois da publicidade

A vitória por 3 a 1 sobre o então líder da competição animou os joinvilenses, que viram seu time mais preparado que do que nunca para conquistar o acesso no fim do ano.

“AN” listou alguns tópicos desta evolução que faz todos acreditarem no retorno à Série A do Brasileiro.

>> Veja mais notícias sobre o JEC

Continua depois da publicidade

>> Acompanhe o blog Toque de Letra para mais notícias do Tricolor

1) O xeque-mate

O técnico Hemerson Maria não teve medo em ousar no esquema tático. Ao melhor modo Alemanha de jogar, adiantou a marcação, diminuindo os espaços para que o Ceará trabalhasse a bola.

Com a pressão, os alvinegros erraram passes fáceis e deram oportunidades de contra-ataques, liderados normalmente por Fabinho e Everton pela ala esquerda do campo. Na segunda etapa, com a entrada do volante Daniel Pereira no lugar de Edigar Júnio, o técnico saiu do 4-3-3 para jogar no 4-3-1-2.

Ou seja, com os 3 a 0 no marcador, optou por tirar um atacante e fortalecer o meio com um atleta de sangue renovado. Com isso, Marcelo Costa, que tinha que voltar para ajudar na marcação, ganhou ainda mais liberdade ofensiva para funcionar como garçom e munir os atacantes Jael e Fabinho.

Continua depois da publicidade

2) Mais peças no tabuleiro

Se por um lado o JEC perdeu com a saída do capitão Rafael para o futebol árabe, ganhou em estatura com a contratação de Anderson Conceição _ ele mede 1,88 m, enquanto Rafael tem 1,83 m.

Além disso, pelo menos pela retomada, o volante Everton e o atacante Fabinho reoxigenaram a ala esquerda do JEC, que até a parada para a Copa tinha dificuldades para chegar ao ataque. Com os dois em campo, a equipe criou inúmeras oportunidades pelo setor, dando trabalho ao lateral Marcos e ao zagueiro Diego Ivo.

Vale lembrar a capacidade técnica de Eduardo Ramos, recém-contratado junto ao Remo. Em caso de cansaço de Marcelo Costa, ele pode assumir a responsabilidade de armador no meio-campo.

Continua depois da publicidade

Chico, que veio do Palmeiras, é ágil e se torna uma peça importante para manter a velocidade do time na segunda etapa. Pode, naturalmente, assumir a vaga de Edigar Júnio e Fabinho, como ponta.

3) Ataque eficiente

Nas três primeiras oportunidades de gol, o ataque empurrou duas vezes a bola para o fundo da rede. A primeira, aos 39 segundos de jogo, com Marcelo Costa, e a segunda com Jael, aos 28 minutos do primeiro tempo, aproveitando um rebote da bela cobrança de falta do meia.

No total, foram oito chutes. Seis deles na meta, dos quais três se concretizaram em gol. Apesar de criar muitas oportunidades nos jogos que antecederam a parada para a Copa, a equipe tinha dificuldade de marcar.

Continua depois da publicidade

Um exemplo disso foi aquele 0 a 0 com o Vasco em casa. Há oito rodadas, o JEC não marcava três gols em uma mesma partida. Marcar logo contra o antigo líder da Série B, jogando fora de casa, é motivo de sobra para animar os torcedores.

4) Defesa segura

Por mais que o técnico Hemerson Maria já tenha afirmado em entrevistas coletivas que o defensor Anderson Conceição ainda precisa evoluir, sua entrada na zaga ajuda nas jogadas aéreas.

Na terça-feira, o Ceará só assustou em uma oportunidade. A jogada aconteceu justamente por uma falha individual de Anderson, que perdeu o tempo de bola e deixou Lima escorar para o centro da grande área.

Continua depois da publicidade

Por sorte, em seguida, Bruno Aguiar conseguiu afastar o perigo. De maneira geral, o time se mostrou mais compacto e proativo na marcação. Os pontas Fabinho e Edigar Júnio voltaram para marcar e não era raro ver a equipe com todos seus homens no campo de defesa.

A dupla de zaga precisa ganhar entrosamento, mas a aplicação defensiva de toda a equipe ajudou o time a fazer sua melhor partida na Série B até o momento.

5) Substituto a altura

Motivo de desconfiança no passado, Oliveira mostrou na última partida por que continua dentro do grupo de Hemerson Maria. Aos 32 anos, o experiente goleiro substituiu Ivan a altura e fechou o gol tricolor.

Continua depois da publicidade

Durante o jogo, o paranaense fez pelo menos cinco boas defesas, que inibiram uma rápida reação da equipe que tem o melhor ataque da competição _ com o gol de ontem, o Ceará soma 19 gols feitos em apenas 11 rodadas.